A atriz e apresentadora Mônica Iozzi foi condenada a pagar R$ 30 mil ao ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes. A Justiça de Brasília entendeu que o magistrado teve a honra e imagem atingidas por uma postagem de Mônica.
Para o juiz Giordano Resende Costa, a atriz extrapolou os limites do direito de expressão ao criticar Mendes pela decisão de conceder habeas corpus ao médico Roger Abdelmassih, indiciado por crimes de estupro e manipulação genética irregular.
De acordo com a ação, que cabe recurso, a queixa do ministro diz respeito a uma foto dele postada no Instagram de Mônica, que está acompanhada da palavra cúmplice. A imagem traz a seguinte descrição: “Gilmar Mendes concedeu Habeas Corpus para Roger Abdelmassih, depois de sua condenação a 278 anos de prisão por 58 estupros”.
Segundo o juiz Costa, Mônica abusou do direito de liberdade de expressão ao imputar ao ministro a cumplicidade do crime de estupro, tornando questionável o seu caráter e imparcialidade na condição de julgador.
Mônica Iozzi atualmente é contratada da emissora Rede Globo. Ela apresentou o programa Vídeo Show entre o mês de abril de 2015 e fevereiro deste ano. Hoje está fora do ar e, segundo o portal G1 do Distrito Federal, ela deve participar da série "Vade-retro", em 2017.
Relembre o caso Roger Abdelmassih
O médico Roger Abdelmassih, que teve seu registro profissional cassado, foi condenado em novembro de 2010 a 278 anos de prisão pela juíza Kenarik Boujikian Felippe, da 16ª Vara Criminal de São Paulo. Ele foi acusado de 56 estupros de pacientes em sua clínica, localizada em uma área nobre da capital paulista.
Abdelmassih chegou a ficar preso de 17 de agosto a 24 de dezembro de 2009. O então presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, concedeu ao médico o direito de responder o processo em liberdade. Por causa dessa liminar, que ainda não tem uma decisão definitiva, o condenado poderá aguardar em liberdade.
Mais de 200 pessoas foram ouvidas no processo. Entre elas, há 130 testemunhas de defesa e 35 mulheres que dizem ter sido atacadas dentro da clínica do médico. Algumas afirmam que sofreram mais de um abuso sexual. Em interrogatório à Justiça, o médico teria negado os abusos e dito que apenas dava beijos no rosto das pacientes. Segundo ele, o cumprimento afetuoso é uma característica familiar, sem qualquer outra intenção.