Leandra Leal diz que guerra às drogas só produz vítimas e defende legalização

Leandra Leal vive uma policial militar no filme Alemão 2, longa de José Eduardo Belmonte, que será lançado no Festival do Rio, neste sábado (18). Em entrevista à coluna de Patrícia Kogut no Jornal O Globo, a atriz deu sua opinião sobre a questão da segurança pública. “A violência é um problema com muitas causas. É sentida mais na desigualdade social. E não dá pra gente falar sobre segurança pública sem falar na na legalização. Essa guerra às drogas só produz vítimas de todos os lados. Espero que esse assunto seja encarado. A gente tem que deslocar o debate da guerra às drogas. Não é só relacionado à segurança pública, mas se trata de um debate de saúde. Espero que isso reverbere para esse lado também”, declarou a artista.

A loira explica que os ideais pessoais e profissionais de sua personagem se confundem quando ela se depara com o mundo que precisa encarar todos os dias. “É interessante ser uma policial mulher num ambiente tão masculino. Ela é mais idealista mesmo e vive uma grande frustração dessa realidade. Vai vendo o quanto não consegue fazer diferença e o quanto, nessa guerra, quem comanda não consegue solucionar”, aponta a intérprete de Freitas.

Participando pela primeira vez de um filme de ação, a carioca conta que isso nem passava pela sua cabeça. “Achei bacana passar por um processo desse. E é um assunto no qual eu tinha interesse de me aprofundar mais. Adorei trabalhar com Belmonte. Topei muito por ele, pelo elenco do filme”, revela. O longa ainda conta com Vladimir Brichta e Gabriel Leone.

Na história, a personagem da atriz sobe o morro junto com os colegas de corporação para capturar um traficante que dominou o território após a falência das UPPs (Unidade de Polícia Pacificadora), nove anos depois da operação militar realizada para livrar o Complexo do Alemão do controle do tráfico. Apesar do enredo, Leandra garante que o longa não é só de policiais perseguindo bandidos. “Ele fala dessa guerra sem fim que tem todo um esquema de corrupção por trás. A polícia está ali dentro enxugando gelo e a população, exposta sem que ninguém a defenda”, explica.