Melly, a cantora e compositora baiana que vem ganhando destaque no cenário musical desde 2018, compartilhou suas reflexões sobre os desafios enfrentados na indústria da música e a busca por autenticidade artística. Em uma conversa recente, a artista, que lançou seu álbum de estreia “Amaríssima” em maio deste ano, destacou a importância de transgredir normas e padrões estabelecidos.
Conhecida pelo EP “Azul”, lançado em 2021, Melly já colaborou com renomados artistas como Liniker, BaianaSystem e Saulo Fernandes. Com uma trajetória de três anos, a cantora ressaltou que o mundo da música muitas vezes força os artistas a se encaixarem em estereótipos, buscando caminhos mais seguros e comerciais. “Depois que eu lancei ‘Azul’, percebi que muitos na cena musical brasileira tendem a seguir o mesmo padrão, imitando o pop internacional ou se adaptando ao que está em alta”, explicou.
Recentemente, Melly se apresentou no Festival SouJuvis, onde expressou sua luta para permanecer fiel à sua essência artística. “O mercado tenta nos colocar em caixinhas, sugerindo que mudemos nossa abordagem para algo mais comercial. É como se pudéssemos prever o que o público vai aceitar”, lamentou.
A artista também criticou a exclusão de músicos que não são oriundos dos grandes centros como Rio de Janeiro e São Paulo. Ela mencionou que, mesmo quando se apresenta como pop, artistas como ela e Duda Beat são frequentemente classificados como música regional. Melly citou o exemplo de Marina Sena, que teve que alterar a estética de seu segundo álbum para se encaixar nas regras do pop.
Para Melly, sua missão é desafiar essas normas e permanecer fiel à sua identidade. “Acredito que é mais significativo tocar uma pessoa sendo verdadeira do que atingir milhões fazendo algo que não acredito”, afirmou.
A cantora enfatizou a necessidade de um movimento que priorize a sensibilidade e a autenticidade na música. Ela espera que mais artistas se unam nessa busca, resistindo às pressões do mercado que muitas vezes tentam controlar a arte. “Embora o dinheiro e as exigências do mercado tentem moldar a música, somos humanos e imperfeitos demais para controlar algo tão grandioso”, concluiu Melly.
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