‘Meu instinto de sobrevivência me fez querer me separar, mesmo estando com câncer’, diz Preta Gil

Em uma entrevista reveladora, Preta Gil compartilha como seu instinto de sobrevivência a levou a buscar sua própria felicidade.

Preta Gil, renomada cantora e atriz, revelou em uma entrevista exclusiva para a revista Marie Claire Brasil, edição de junho e julho, os desafios que enfrenta em sua vida atual. Desde janeiro, ela tem travado uma batalha contra o câncer colorretal, ao mesmo tempo em que enfrenta o término de seu casamento de oito anos com Rodrigo Godoy.

Na entrevista, ela compartilha seu processo de transformação e fortalecimento em meio às adversidades. Ela enfatiza que, mesmo não querendo romantizar a doença, encontrou forças para seguir adiante. A artista multifacetada destaca que a transformação ocorreu rapidamente em vários aspectos de sua vida, desde a alimentação, que agora é acompanhada por sua irmã, Bela Gil, até a decisão de se separar.

Ao refletir sobre a separação, Preta ressalta que seu instinto de sobrevivência foi o que a levou a buscar o divórcio. Ela rejeita a ideia machista de que uma mulher precisa permanecer casada para ser cuidada. Questionando os padrões impostos pelo patriarcado, a cantora demonstra sua determinação em buscar sua própria felicidade e bem-estar.

“Meu instinto de sobrevivência me fez querer me separar. Não estava me fazendo bem. E é machista achar que preciso ficar casada para ser cuidada. Por que o marido é mais importante que a mãe, o pai, a irmã, o amigo? Isso é um traço do patriarcado”, reflete a artista multifacetada, questionando os padrões impostos pela sociedade.

A entrevista também aborda a maneira como Preta Gil encara a questão da morte. Ela revela que, atualmente, tem uma visão diferente desse tema e aprendeu a superar o medo que a acompanhava. Essa transformação foi impulsionada pelas conversas com seu pai, o renomado cantor Gilberto Gil, que sempre abordou a morte de maneira natural. A cantora destaca a importância de trazer esse assunto à tona, já que a sociedade ocidental tende a evitar falar sobre a finitude da vida.

“A morte é um assunto muito tabu, principalmente no Ocidente. Ninguém fala da morte. Mas eu tenho um pai que fala de uma forma natural sobre isso. Temos conversado bastante”, compartilha a cantora. “É uma realidade que a finitude pode chegar para mim mais rápido. Sempre tive muito medo de morrer, hoje não tenho mais”, confidencia.

Preta Gil não se intimida em compartilhar publicamente sua jornada de tratamento e as dificuldades enfrentadas. Ela menciona os preconceitos que sofreu ao longo de sua vida, incluindo racismo e homofobia, e ressalta que, diante da gravidade de sua situação atual, sente a necessidade de expor sua luta para conscientizar as pessoas sobre a importância dos cuidados médicos. A cantora expressa sua preocupação com aqueles que aguardam exames e procedimentos no sistema de saúde público e não têm acesso oportuno aos cuidados necessários.

“Sempre fui vidraça. Racismo, homofobia, todos esses preconceitos cansam, ferem. Mas, quando a vida está no limiar, é outro rolê. E não se trata de mim. Tem gente na fila do SUS esperando um exame de colonoscopia há um ano. E, então, morre”, desabafa Preta Gil.

A entrevista completa com Preta Gil estará disponível no aplicativo da Globo+ a partir desta terça-feira (6) e nas bancas a partir de 9 de junho. Através de suas palavras sinceras e poderosas, Preta Gil compartilha sua jornada de superação e inspira outras pessoas a encontrarem forças para enfrentar seus próprios desafios.

Foto: Bruna Castanheira (Groupart)