Nem de longe “A casa”, atração da Rede Record, é “muito engraçada”, como a da famosa música de Vinicius de Moraes. A do reality show tem teto, chão, paredes… Mas outras limitações. Abrigando 73 pessoas — já foram cem! —, a residência de 120 metros quadrados é palco das maiores confusões da televisão brasileira atualmente, apesar do esmero da produção.
O programa, comandado por Marcos Mion, chamou atenção do Ministério Público Federal de São Paulo (MPF-SP), que instaurou um inquérito para analisar possíveis descumprimentos de acordos de direitos humanos. Agora, é um salve-se quem for mais resistente à pressão!
"O que mais me afligiu é a questão do banheiro. Mesmo a produção brasileira conseguindo negociar para deixar dois, em vez do único na versão original, é dureza. É muita gente! E a toalha (apenas quatro) molhada para se enxugar? Eca!", diverte-se Mion, de 38 anos, que considera este o momento de maior maturidade de sua carreira de 18 anos: "Sou o cara que criou e levou ao ar clássicos da ousadia como “Piores clipes” (MTV) e “Descontrole!” (Band). Mas “A casa” representa um reconhecimento crucial na minha trajetória", conta.
Apresentado sempre às terças e quintas-feiras após o “Jornal da Record”, o reality é uma ideia original de uma produtora europeia. Até o momento, somente Brasil e Holanda — onde também teve muita confusão — levaram o projeto ao ar. Aqui, a emissora e o apresentador não comentam as informações de que um participante teria tentado se matar após ser eliminado ao contrair conjuntivite, doença contagiosa.
O MPF-SP segue analisando as explicações do canal para seus questionamentos e aguardando o resultado da perícia nas imagens da atração, para poder dar prosseguimento ao processo. Ao fim, pode haver arquivamento do caso ou ajustamento de conduta.
De férias, Mion, também no comando do programa “Legendários”, preferiu destacar. "Pude criar a minha versão para apresentador de reality. É uma experiência única! Mas não me imagino confinado e longe da minha família. Sem condições!", afirma.