Motoboys de Campinas, na região metropolitana de São Paulo realizaram um buzinaço em frente ao condomínio onde mora um homem que agrediu verbalmente com ofensas raciais um profissional da categoria, na manhã do sábado (8), em Valinhos (SP).
Aproximadamente 100 entregadores que prestam serviço por meio de aplicativos se reuniram em um posto de combustíveis na Avenida Francisco de Paula Souza, e seguiram em direção ao residencial, que fica no bairro Chácaras Silvania.
“Nós motoboys somos vistos como arruaceiros e baderneiros, mas não é essa nossa função. Estamos pra ajudar e servir a população, ainda mais neste tempo de pandemia. Queremos e estamos somente cumprindo nosso trabalho, nada mais”, diz Tarcísio André Martins Júnior, um dos manifestantes.
“Só porque ele mora em um condomínio fechado ele não é melhor que ninguém. Prova tá aí, na sabedoria do boy, em momento algum o agrediu verbalmente, não faltou com o respeito ao cliente. Isso tem que mudar, acabar”, acrescentou.
A manifestação foi pacífica e durou cerca de 30 minutos. Não houve acompanhamento da Guarda Civil Municipal ou Polícia Militar. “É um protesto totalmente pacífico, para estar mostrando para as pessoas ter respeito com o motoboy, ver que a gente não é o que todo mundo fala, o que todo mundo acha […] O que a gente procura é a igualdade, é o respeito”, diz o entregador Guilherme Volpe.
Agressões verbais e crime de racismo
Um vídeo mostra o momento em que o homem ofende o profissional e diz que ele tem “inveja disso aqui”, apontando para a própria pele.
O profissional registrou um boletim de ocorrência para denunciar as agressões e o crime de racismo. O caso aconteceu no dia 31 de julho e as imagens começaram a circular na internet nesta sexta-feira (7). Na ocasião, a Guarda Municipal foi chamada e encaminhou todos para a Delegacia de Valinhos. O condomínio fica no bairro Chácaras Silvania.
Durante a discussão, o rapaz ainda ofende o entregador, o chamando de “semianalfabeto”; repete que ele tem inveja da vida que as pessoas que moram no condomínio dele têm; e diz que o profissional não tem onde morar nem “nunca vai ter” nada do que ele estava mencionando. O vídeo foi gravado por um vizinho.