Em um mundo cada vez mais politizado e vigilante em questões de inclusão, o famoso apresentador e humorista brasileiro Fábio Porchat encontrou-se no centro de um debate polêmico. Em um tuíte recente, ele expressou seu apoio ao humorista Léo Lins, que foi forçado por uma decisão judicial a remover um especial de comédia do YouTube, e se abster de fazer piadas consideradas preconceituosas.
“Quem não gostou das piadas são os que não foram”
Porchat, conhecido pelo programa “Que História É Essa, Porchat”, não hesitou em tomar posição sobre o incidente. “Se a piada não incitou o ódio e a violência, ela é só uma piada,” argumentou ele em um post no Instagram. “Ah, mas faz piada com minorias… E qual o problema legal? Nenhum. Dentro da lei pode-se fazer piada com tudo tudo tudo. Não gostar de uma piada não te dá o direito de impedir ela de existir.”
A declaração provocou uma onda de críticas, algumas das quais vieram de figuras influentes, como a drag queen Pietra Parker. “Piada com minorias nos dias em que vivemos não dá pra aturar mais. É sempre um hetero branco defendendo essas coisas,” escreveu ela, dando voz a muitos que consideraram a declaração de Porchat insensível.
Contexto: a piada que desencadeou a tempestade
A polêmica teve início com a decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), que proibiu Léo Lins de fazer piadas com minorias. O humorista foi acusado de “reproduzir discursos e posicionamentos que hoje são repudiados”, incluindo piadas sobre escravidão, perseguição religiosa e pessoas com deficiência.
Além disso, Lins foi obrigado a remover um vídeo de seu canal no YouTube, publicado no final de 2022, que já havia acumulado mais de 3 milhões de visualizações. Porchat classificou a decisão como “vergonhosa” e “inaceitável”, disparando uma discussão polarizada entre os internautas.
Humor e ofensa: um debate sem fim
No meio desta controvérsia está a linha tênue entre humor e ofensa. Para alguns, como uma internauta que comentou, “Dá pra ser engraçado sem ofender ninguém. A ofensa e o palavrão são muletas fáceis para humoristas ou comediantes sem talento, apelativos”. Por outro lado, Porchat sustenta que os humoristas têm “o direito de ofender”.
Independentemente de onde se situem no espectro da discussão, uma coisa é certa: o debate sobre a natureza do humor e seu impacto continua vivo e fervendo, com Fábio Porchat no centro do olho do furacão.
Em um mundo cada vez mais consciente das questões de inclusão, essa é uma discussão que não deve se acalmar tão cedo.
Isso aqui é uma vergonha! Inaceitável! https://t.co/UORUkpro2b
— Fabio Porchat (@FabioPorchat) May 16, 2023