“Queria que não fosse mais chamado de ator negro, só ator”, diz Fabrício Boliveira

Fabrício Boliveira, 37, é um nome forte de sua geração no cinema e na TV. Só em 2018, o ator atuou em quatro longas e, neste ano, esteve em Londres para lançar o filme Breve Miragem do Sol. Na TV, vai fazer uma participação especial na novela Amor de Mãe e está no elenco do especial de Natal da Globo, chamado Juntos a Magia Acontece.

Apesar de ter consciência de que o número de atores negros cresceu na escalação da emissora, que recebeu um protesto do elenco de Segundo Sol (2018) e foi notificada pelo Ministério Público do Trabalho pela ausência de negros e pardos na novela, Boliveira quer representatividade maior na TV e não deseja mais ser rotulado por isso.

“Acho pouco ainda. Queria que chegasse o momento que eu não fosse mais chamado de ator negro, só ator. Negro eu já sou, no meu movimento, na minha história, minha cultura”, diz o ator.

“Isso só vai acontecer quando a gente tiver mais atores negros trabalhando e não precisar mais chamar de atores negros, chama só de ator”, completa.

No ano passado, o ator falou que é confundido com frequência com outros artista como Lázaro Ramos e Seu Jorge e atribuiu isso à falta de mais negros na TV.

“Por que não temos maiores contingentes negros na novela para que todo mundo saiba que o Fabrício Boliveira não parece com o Lázaro Ramos ou com o Jonathan Azevedo ou com o Seu Jorge? Somos totalmente diferentes, idades diferentes, pensamentos diferentes.”.