Toque de resistência marcou a III caminhada dos povos de terreiros de Paulo Afonso

O Ato contou com o Grupo de Teatro Raízes Nordestina e a troca de saberes entre Babalorixás, Yalorixás, Zeladores, estudantes e professores, além da participação do Povo Indígena Truká-Tupan, que reforçaram o evento com cantos e toré na solidariedade entre os Povos.

A Yá Idjemim do Abassà da Deusa Òsùn, destacou a importância de continuar a luta que é de todos, “sem essa troca dificilmente eremos conquistar o respeito da sociedade”. Já Pai Paulo do Centro Ogun Beiramar, acredita que esses momentos “devem servir para nos dar força e acreditar em nós mesmo”. O Babá Rafael, apontou as dificuldades que nós povos de terreiros temos com a discriminação e intolerância e o quanto temos que resistir e seguir em frente. Pai Josa, reiterou a grande necessidade de mais união e se comprometeu no processo de organização “esse é um evento que tem que continuar sempre”.

Paola Odónílè, fez um recorte do trabalho de conclusão do curso de direito onde tratou sobre “O Direito a Liberdade Religiosa de Crianças e Adolescentes em Terreiros de Candomblé”. Outra estudante de Direito, Ivonete Santos discutiu sobre o território, lugares de difícil acesso hoje privatizados que impedem os Povos de Santo fazerem sua ritualidade em lugares públicos. Já o Advogado Dr. Pedro Victor – “Terreiro templo Escola Mata Virgem Cabocla Jacira”, apontou os processos de discriminação que os Povos de Terreiros têm com a sacralização dos animais e, reforçou essa prática como um direito tradicional que precisa ser respeitado pelo Estado.

O Professor e Advogado Dr. Bruno Heim fez o lançamento do Livro “Direitos dos Povos de Terreiros” uma contribuição de diversos autores para os Povos do Axé. A III Caminhada na Semana da Consciência Negra em Paulo Afonso, foi um importante espaço de participação democrática dos Povos de Terreiros, por Direitos, Justiça e Paz e contou com o apoia da SABEH, OPARÁ/UNEB e o EKÀN Coletivo de Mulheres.