Valesca Popozuda ainda não acredita que vai receber uma medalha. No caso, a Medalha de Mérito Pedro Ernesto oferecida pela Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro. “Nunca passou pela minha cabeça uma coisa dessas. O que só prova que estou no caminho certo”, diz, emocionada: “Vou levar minha mãe, ela ficou com os olhos cheios d'àgua”.
A justificativa para a homeagem é que Valesca representa os grupos LGBT e ainda sua postura feminista. “Sempre fui transparente e defendi os direitos da mulher fazer o que quer com seu corpo e com sua vida. Não acho que a mulher tem que ser melhor que o homem, mas ser respeitada”, discursa ela, que foi citada em várias redações do Enem por estudantes no último fim de semana, cujo tema foi “A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira”: “Me sinto muito orgulhosa de ser lembrada por estudantes do país inteiro numa prova tão importante quanto essa, que abordou o feminismo. Hoje em dia, as pessoas me param na rua e dizem que o preconceito que tinham comigo acabou”.
Por conta de uma postura mais consciente e sem papas na língua, a funkeira já foi convidada a se candidatar a um cargo político: “Não penso nisso. Minha política é diária, com meus popofãs. Não sei prometer e não cumprir”.
Em 2009, Valesca Popozuda posou para a “Playboy”. Numa das fotos do ensaio, aparecia quase beijando um retrato de Lula, então presidente da república. Motivo de arrependimento? Nenhum. “Se tivesse que recriar esta foto, faria do mesmo jeito. Este ensaio mudou a minha vida, comprei um apartamento e pelo fato de ter feito um show no Complexo do Alemão, quando Lula estava lá para o início das obras do PAC, me fez ir para a capa da revista. Então, por que iria me arrepender?”, justifica ela, que não voltaria a mostrar o popozão numa revista masculina: “Mostrar minha perereca por um valor baixo hoje em dia? Nem pensar. Não tenho esse tesão de posar pelada. Isso eu mostro pro meu namorado porque, além de tudo, me dá prazer”.