Paulo César, motorista e segurança de João Paulo, que formou dupla com Daniel até 1997, quebrou um silêncio de 18 anos. Ele, que não falava desde o acidente de carro que matou o sertanejo, fez revelações exclusivas a Geraldo Luis, do Domingo Show.
Paulo estava no banco do passageiro no dia 12 de setembro de 1997 quando o carro em que estava João Paulo bateu no km 40 da Rodovia dos Bandeirantes, em São Paulo. Mas por que ele não dirigia, se ele era o motorista contratado? Esta foi uma das respostas que Paulo César respondeu neste domingo (27).
{relacionadas} — Porque o carro era dele, ele era o patrão. Eu não era o motorista dele exclusivo, ele saía com a caminhonete, com o trator. Ele gostava muito de dirigir e dirigia bem. Quem eu era pra não deixar o meu patrão dirigir?
Segundo o homem que sobreviveu ao acidente, João Paulo quis dirigir de volta para Brotas, cidade onde morava, após o show daquela noite pois não estava cansado. Mas para a família — especialmente para os irmãos e mãe do cantor — ficou o sentimento de revolta.
— Fui questionado mais pela família [sobre o acidente]. Os irmãos e a mãe não entendiam o que era o acidente. Questionaram por que eu não estava dirigindo. A mãe falou que eu estava dirigindo, que eu pulei do carro, que eu provoquei o acidente. Inclusive tem uma ação contra a BMW que diz que a culpa foi da BMW, não minha, nem dele.
Em contrapartida, Roseni, mulher de João, nunca falou um nada sobre o acidente, segundo Paulo César.
— Ela nunca questionou nada. Ela é uma mulher de fibra, uma potência. Por ela, eu estaria trabalhando com ela até hoje.
Motivos do acidente
Paulo César disse que pouco antes do carro bater, ouviu um barulho como se o carro estivesse passando por cima de tartarugas na estrada. Depois, ele foi descobrir que não era isso.
— Na verdade, era a borracha do pneu batendo no paralama. Como se fossem as tartaruguinhas [da estrada], mas não era aquilo, era o pneu batendo do meu lado.
Segundo ele, é claro que isso pode ter causado o acidente, já que "o pneu soltou da roda, bateu no paralama e só ficou o aro no chão". O incêndio, para ele, foi também culpa do carro.
— Imagina um catalisador a 900 graus. Se você passar um papel, vai pegar fogo. Imagina aquele tanto de gasolina? Por que a tampa do tanque se soltou? Eu queria sair do carro e estava enrolado no cinto e eu sai pela porta de trás. Eu falava: "socorro, ajuda, ajuda". Eu falava: "é vidro, vamos voltar lá".
Ainda de acordo com ele, naquela confusão, os motoristas que o ajudaram a sair do carro não deixaram que ele se levantasse para tirar o amigo das ferragens, fizeram com que ele esperasse os bombeiros, algo que ele se arrepende até hoje.
— Eu me questiono — não que eu seja culpado — mas tem um sentimento de culpa. Por que é que eu consegui fazer tanta coisa e não consegui tirar o João Paulo?