Com campanha irregular e o 13º lugar no Campeonato Brasileiro, Cristóvão Borges não resistiu à derrota por 1 a 0 para o Vasco pela Copa do Brasil e está fora do Flamengo. O treinador, que nunca foi unanimidade no clube e estava na berlinda, saiu de casa para reunião com a diretoria rubro-negra decidido a pedir demissão. Do outro lado, membros do Conselho Gestor também concordavam que o melhor era dispensá-lo. Após o encontro, as partes chegaram a um denominador comum e decidiram pelo rompimento. O clube confirmou a saída em nota oficial. O nome de Oswaldo de Oliveira, que está livre no mercado, é o mais cotado para o cargo.
Cristóvão tinha alto índice de rejeição da torcida do Flamengo e vinha enfrentando resistência desde a sua chegada. O técnico ouvia vaias, xingamentos e gritos de “burro” em praticamente todas as partidas do time. As principais críticas por parte das arquibancadas se davam pelo fato de ele mexer pouco no time mesmo quando estava perdendo – em raríssimas oportunidades fez uso das três substituições -, por conta da escalação de três volantes – o que não aconteceu nos últimos jogos – e pelos problemas táticos da equipe: faltava criação e ligação entre meio-campo e ataque, e a defesa continuava cometendo erros graves em bolas aéreas e na marcação.
O diretor executivo Rodrigo Caetano e o presidente Bandeira eram seus principais defensores, mas havia membros do Conselho Gestor – que gere o futebol do Fla – que há tempos gostariam de ver o fim do ciclo de Cristóvão no clube. Irritado com os xingamentos ao treinador e os pedidos para demiti-lo, Bandeira até discutiu com alguns torcedores na área de camarotes do Maracanã após o revés para o Vasco. E não foi a primeira vez que ele fez isso. Após a derrota em casa por 3 a 0 para o Corinthians no Brasileirão, o presidente deixou o estádio dizendo que as vaias a Cristóvão eram uma covardia.
Aos 56 anos, Cristóvão, que acertou com o Fla após a demissão de Vanderlei Luxemburgo, comandou o time em 18 partidas, somando oito vitórias, um empate e nove derrotas.