Na última terça-feira (28), foi comemorado Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+, marcado por manifestações em boa parte do mundo, e a cultura é um forte guia para essas atitudes. A cidade de Salvador é conhecida pelo país inteiro como a cidade da música e tendo produtos culturais como sua principal vitrine, sendo assim, é de se esperar que a comunidade LGBTQIA+ se aproprie dela para trabalhar e lutar pelos seus direitos.
David Souza, Mestre em Cultura e Sociedade pela Ufba e pesquisador do Núcleo de Pesquisa e Extensão em Cultura e Sexualidade da Universidade Federal da Bahia (Nucus/Ufba), explicou que a utilização da arte como eixo de transformação e ascensão social para negros e negras não é algo novo na história brasileira e que iniciativas como o Bando de Teatro Olodum ou o Teatro Experimental do Negro, de Abdias Nascimento, são ótimos exemplos de que essa história não começou há pouco tempo.
“Pessoas LGBTQIA+ negras têm um duplo estigma na sociedade. Ou seja, perdem duplamente os acessos e possibilidades para uma ascensão ou mudança social. No entanto, é fato que a arte tem um caráter libertador e, através dela, pessoas negras têm a oportunidade de escrever novos roteiros, fazer denúncias e se descobrir”.
O uso da cultura como escudo é a maneira que os indivíduos da sociedade atual encontram para mudar as realidades de trabalho, salário e buscar dignidade na vida de pessoas que, apesar da legislação, continuam vivendo sob muitas incertezas de serem como bem entendem.