Atacante é preso durante partida pela Segunda Divisão do Gauchão

O atacante Marlon Natanael, reserva do Sapucaiense, foi preso na tarde desta quarta-feira enquanto seu time disputava com o Farroupilha um jogo pela nona rodada da Segunda Divisão, a Série C do Gauchão 2017. Conforme a polícia, a bola já rolava havia 15 minutos no Estádio Arthur Mesquita Dias, em Sapucaia do Sul, quando o jogador recebeu a voz de prisão.

O delegado Cesar Carrion, da 2ª Delegacia de Polícia de Porto Alegre, disse que o jogador, de 21 anos, tem quatro mandados de prisão preventiva em aberto. Ele é suspeito de participar de sequestros e assaltos na capital gaúcha.

Segundo Carrion, Marlon não resistiu à prisão no estádio. Os investigadores descobriram recentemente que ele era jogador de futebol.

– Nós não o localizávamos de jeito nenhum. Sabíamos que ele ia jogar, acabamos achando que o melhor momento seria hoje. Infelizmente tivemos que atrapalhar a partida para prender o rapaz – diz o delegado.

Por volta das 16h, o jogador chegou à delegacia em Porto Alegre para prestar depoimento. No local, foi questionado por jornalistas sobre os crimes, que afirma não ter cometido:

– Eu sou jogador de futebol, eu nego tudo. Olha o jeito que eu 'to', sou jogador de futebol – respondeu.

A Polícia Civil deve indiciar o jogador por receptação, sequestro relâmpago e extorsão mediante sequestro.

– É lamentável. Um jogador de futebol profissional, de 21 anos, que na clandestinidade acaba cometendo esses crimes. O salário dele é pouco acima de R$ 1 mil por mês, mas podia ter um futuro brilhante – salienta o delegado.

Presidente do Sapucaiense, Chico Christianetti disse que, se soubesse de algo, não teria inscrito o jogador no campeonato. Ressaltou, porém, que Marlon sempre teve bom comportamento no clube.

– Foi uma surpresa triste, porque o menino era de bom comportamento, cumpria rigorosamente com suas obrigações – disse Christianetti em entrevista à Rádio Gaúcha.

Para o dirigente, o clube adotará medidas a partir de agora para controlar os jogadores. Ele criticou, contudo, a ação da polícia pelo momento escolhido.

– Na hora do jogo, não sei se teria necessidade. Mas acho que a polícia tem que cumprir com suas obrigações – disse o presidente. – Infelizmente acontece um fato lamentável dentro do nosso clube. Saber que o menino tem suspeita de sequestro e de outros atos ilícitos. Vamos tomar outras providências agora, como verificar a ficha corrida de atletas e outras documentações, porque isso ficou muito, muito chato para nós que estamos num processo de reconstrução do clube.

Conforme Christianetti, Marlon está no clube “há bastante tempo”.

– Ele é da região. Participou de categorias de base. Sempre teve um comportamento muito bom aqui dentro. Jamais esperava que pudesse ter qualquer tipo de ilicitude no seu comportamento – finalizou.