Com ascendência libanesa e baiana, Isabella Nassar afirma que sofreu bullying na escola por ter um “rosto forte”. Estreando na TV como Sara, em Travessia, a atriz despertou a curiosidade dos telespectadores sobre seu gênero.
As buscas pelo nome da artista, no Google, aparecem ao lado do termo “trans“. Apesar da cautela, Isabelle diz que as perguntas do público não são um problema. Mulher cisgênero e mãe de uma pré-adolescente de 11 anos, a carioca de 34 anos, disse que há tempos recebe comentários por sua aparência.
“Eu sofria muito bullying na escola por não ter um rosto comum. Sempre tive um rosto forte. A família do meu pai é libanesa e minha mãe, baiana. Quando queriam me diminuir, me chamavam de ‘estranha’, ‘esquisita’, ‘cara de cavalo’. Isso me travou muito quando eu era adolescente”.
“Agora perguntam se sou trans. São vários comentários surgindo. Mas uma pessoa trans tem um estereótipo? Uma pessoa cis como eu tem um estereótipo? Uma mulher trans também poderia ter um filho, por exemplo. Normal. Tem gente que fala: ‘Nunca a vi grávida’. Será que querem que eu poste?”, perguntou.
“As pessoas vão especular, não é uma questão para mim, pelo contrário, é elogio. Acho que é uma oportunidade de ressignificar, de falar de mulheres e de padrões de beleza“, continuou
A atriz conta que se surpreendeu ao ser abordada por uma agência de modelo.
“Sofria absurdos na escola. Eram muitos xingamentos. Então, quando esse cara apareceu no shopping, pensei: ‘Espera. A vida inteira me xingaram por causa da aparência e agora ele vem me dizer que posso ser modelo?”. Foi como uma recuperação da vida. Mas, quando comecei a modelar, continuou acontecendo muito”, afirmou.