A jornada de Davi Lucas, um jovem de 7 anos diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA), exemplifica a capacidade transformadora do esporte. Envolvido no Projeto Pedal, um programa da Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia (Sudesb), em parceria com a Associação de Bicicross de Salvador (ABS), Davi encontrou no bicicross um canal para o desenvolvimento de habilidades sociais e comportamentais, além de obter uma significativa melhoria escolar. Este projeto conta com a participação de mais de 160 crianças autistas.
Sua avó, Teresa Azevedo, testemunhou transformações notáveis na vida de Davi. Segundo ela, o esporte ofereceu a Davi um ambiente de acolhimento e uma sensação de capacidade, evidenciadas pelo sorriso do neto ao pedalar. As mudanças de comportamento do jovem atleta são palpáveis, passando de uma criança agitada para alguém que interage socialmente com mais facilidade e demonstra uma alegria contagiante.
Esse percurso não está isolado. Figuras como Igor Nogueira, um tricampeão mundial de para parajiu-jitsu, ecoam histórias de superação semelhantes. Triunfando em competições globais e com um impacto profundo em sua vida pessoal, Igor revela como o esporte foi um divisor de águas, trazendo cura e salvação para os desafios enfrentados desde a infância.
O apoio institucional também desempenhou um papel fundamental nessas jornadas. Os programas da Sudesb, como o Faz Atleta e o Bolsa Esporte, além do Programa de Apoio às Passagens do Governo do Estado, foram vitais para que atletas como Igor pudessem competir em palcos mundiais, revelando o potencial inclusivo do esporte.
A preparação para os desafios futuros é rigorosa. Igor, por exemplo, divide sua rotina entre treinamentos intensos de jiu-jitsu e sessões de musculação, sob a orientação de seu mestre, Marcelo Souza, também conhecido como t-rex. A meta é sempre alcançar o topo do pódio, uma aspiração que requer dedicação e trabalho em equipe.
O esporte, mais do que uma competição, é um instrumento de inclusão e desenvolvimento. No contexto do Dia Mundial de Conscientização do Autismo, iniciativas como o Projeto Pedal emergem como exemplos de como a prática esportiva pode oferecer perspectivas novas e transformadoras para indivíduos com TEA, promovendo, assim, a inclusão e o combate ao preconceito.