A seleção da Bélgica desembarcou na Rússia como uma das favoritas ao título. E até agora não decepcionou na Copa do Mundo. Foram três vitórias consecutivas, aproveitamento de 100% e a melhor campanha da fase de grupos. Mas as oscilações e os resultados contra rivais de pouca expressão mantêm a desconfiança sobre a equipe, que quer mudar isso nesta segunda-feira, às 15 horas (de Brasília), contra o Japão, em Rostov.
A disputa pela vaga nas quartas de final será a oportunidade para os europeus mostrarem força e acabarem com a suspeita sobre a fama da “geração belga”. Este mesmo grupo decepcionou na Copa do Brasil, há quatro anos, caindo nas quartas de final, na esteira de fracas atuações.
Mas a história agora será diferente, se depender do meia Eden Hazard. “Definitivamente, este é o momento de brilhar. Temos grandes jogadores na nossa seleção. Acho que está nas nossas mãos”, afirmou o jogador do Chelsea, que é o “motor” do time belga, mas não está sozinho. Ele conta com as boas fases vividas por Kevin De Bruyne, Dries Mertens e Romelu Lukaku. “Estamos no melhor nível de nossas carreiras.”
Diante desta disposição de mostrar serviço, a tarefa do técnico Roberto Martínez é conter a ansiedade dos seus titulares, poupados na rodada final do grupo, na vitória sobre a Inglaterra. “Acho que o nosso time está bem preparado física e mentalmente. Tenho a impressão de que estão todos desesperados para entrarem em campo”, diz o treinador.
Concentrados, os belgas evitam até pensar nas quartas de final, num eventual cruzamento com a seleção brasileira. “Não pensamos no Brasil. Pensamos no Japão. Não ficamos pensando no futuro, e sim no próximo jogo”, garante Hazard. O Brasil enfrenta o México também nesta segunda, às 11 horas.
Para aumentar a confiança da seleção belga, será a primeira vez nesta Copa que o técnico terá praticamente todo o elenco à disposição. As dúvidas recaíam sobre Lukaku e o zagueiro Vincent Kompany, testado no segundo tempo contra os ingleses. A única dúvida é o meia Adnan Januzaj, autor do gol sobre a Inglaterra.
Para alcançar as quartas de final mais uma vez, a Bélgica terá pela frente aquele que é provavelmente o time mais fraco destas oitavas. O Japão, longe de se destacar na fase de grupos, só avançou pelos critérios de cartões amarelos, deixando Senegal de fora.
Os japoneses, contudo, têm consciência de suas limitações. “São muitos desafios nessas oitavas e precisamos nos desafiar. A Bélgica tem um time formidável. Tem um dos três melhores times do mundo”, admite o técnico Akira Nishino.
Mas a intenção é tentar surpreender os favoritos. “Analisamos tudo deles. São muitas grandes estrelas de times europeus. A Bélgica é provavelmente melhor e tem muitos trunfos, mas tenho certeza de que eles têm falhas, e eu gostaria de aproveitá-las”, projeta.