O desempenho da delegação brasileira no Campeonato Mundial de Judô, realizado em Abu Dhabi, foi o pior em 15 anos. Desfalcada por gigantes como Rafaela Silva e Mayra Aguiar, a equipe verde-amarela deixou o evento sem conquistar nenhuma medalha.
Na disputa final por equipes mistas, na sexta-feira (24), os judocas do Brasil sucumbiram diante do Uzbequistão. Apesar do revés coletivo, Michel Augusto, de apenas 19 anos, brilhou ao garantir sua vaga olímpica na categoria até 60kg.
O judô é um dos esportes mais laureados do Brasil em Olimpíadas. Desde 2009, os atletas nacionais conquistaram pódios no Mundial. Para a edição deste ano, a Confederação Brasileira enviou uma equipe de 18 atletas, sendo sete dos dez já convocados para Paris-2024.
Preparação para os jogos de Paris
Em condições incomuns, a apenas dois meses dos Jogos Olímpicos, a Federação Internacional de Judô optou por realizar o Campeonato Mundial agora. Focados na preparação para a grande competição, nomes de peso como Mayra Aguiar, Rafaela Silva e Rafael Silva, o ‘Baby’, preferiram ficar de fora.
Outros países também pouparam seus principais judocas, como o Japão, que não levou Uta Abe, tetracampeã mundial e campeã olímpica até 52kg. Do lado francês, Teddy Riner, considerado o maior judoca da atualidade, também esteve ausente.
Daniel Cargnin lutou em condições adversas
Um dos destaques brasileiros em Abu Dhabi foi o medalhista olímpico Daniel Cargnin. Natural de Porto Alegre, o gaúcho se preparou em meio a dificuldades após as enchentes que assolaram o Rio Grande do Sul.
Cargnin atuou como voluntário em abrigos, tendo amigos e familiares afetados pela tragédia. Em entrevista, o judoca revelou que a rotina intensa o impediu de se focar inteiramente nos treinos. Na disputa pelo bronze nos 73kg, ele acabou sendo derrotado pelo mongol Ankhzaya Lavjargal.