Medalha de prata nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, em 2015, e uma das revelações do badminton no Brasil, a carioca Luana Vicente, de 22 anos, foi acusada de furtar uma colega da modalidade durante sua estada na casa que a seleção brasileira faz de alojamento, em Campinas, São Paulo. Buscando vaga para as Olimpíadas do Rio 2016, Luana terá que dividir sua atenção com o episódio, que chegou até a polícia paulista. A notícia foi publicada pelo site "Uol", e Luana se defendeu com poucas palavras.
– O caso está entregue à Confederação Brasileira de Badminton e eu tenho direito à minha defesa. Só isso que eu tenho a dizer – disse ao Uol Luana Vicente.
De acordo com a reportagem do Uol, o episódio aconteceu no dia 22 de fevereiro. A menor T.M.B.S estava na casa da seleção brasileira para treinar em um clube da cidade. Um cartão de débito de sua propriedade sumiu. No extrato, ela notou gastos de R$ 1 mil nas 24 horas seguintes. Com as informações em mãos, o advogado da menor foi até as lojas onde as compras foram feitas e pelo circuito interno de TV conseguiu confirmar a autoria do furto. Luana foi denunciada no artigo 155, parágrafo 4, inciso II, do Código Penal Brasileiro – furto qualificado, mediante a abuso de confiança.
– Fui procurado pela vítima e expliquei que poderíamos ingressar com uma denúncia. Fizemos o mapeamento dos gastos e solicitamos extrajudicialmente as imagens dos circuitos de segurança das lojas que apareciam na fatura do cartão. Chegamos à autora do crime e demos prosseguimento ao caso. A gente está esperando o BO chegar. Agora vai ser responsabilidade do Ministério Público na esfera penal – garantiu ao Uol o advogado Ismael Silva.
Atletas que não quiseram se identificar e que também ficam na casa disseram que não é primeira vez que isso acontece com Luana. Algumas, inclusive, chegaram a ameaçar não viajar com a seleção em março por conta de Luana. A atleta teria tido outros problemas de relacionamentos com membros da delegação do badminton e outros sumiços foram notados. Essa é a primeira vez, contudo, que o caso ganha uma queixa formal na polícia. A Confederação Brasileira de Badminton foi comunicada, tirou Luana de um torneio no Peru como punição, e pode aplicar outras sanções. No momento, a carioca está na Europa com a seleção brasileira para uma série de torneios.
– Ela sabe que errou. Depois ela devolveu o dinheiro. Foi feita uma reunião com os atletas na segunda-feira da semana passada com todos os atletas da seleção brasileira. Eu expliquei que nós estamos esperando receber informações e que então esse processo vai ser encaminhado para o jurídico, daí para a procuradoria e daí para o STJD. É o caminho na justiça brasileira- contou ao "Uol" o superintendente da Confederação Brasileira de Badminton, Santini Campos.
Nas Olimpíadas, cada país pode levar até dois atletas para a chave de simples do badminton. Hoje, o Brasil teria Ygor Coelho e Lohaynny Vicente, irmã de Luana. A única chance de Luana ir para as Olimpíadas seria nas duplas, mas ela precisaria estar entre as melhores do mundo até 1º de maio. Os 16 times mais bem posicionados ficam com as vagas, mas mesmo assim há o limite de duas inscrições por país. As irmãs estão no número 42 do ranking.