Adepto do naturismo, o cantor de arrocha e motorista de aplicativos Valter das Virgens decidiu promover uma celebração do estilo na capital baiana. Mas, ao invés de fazer uma festa, ele pretende realizar a “1ª Peladatona de Salvador”, uma corrida do Cristo ao Farol da Barra, em que todos os participantes deverão correr nus. O evento está agendado para às 23h do dia 6 de setembro.
“Eu gosto de naturismo, eu nasci na fazenda e tal, fui acostumado a desde criança tomar banho pelado em rio. Eu participo de algumas festas liberais também, hoje participo de vários grupos no WhatsApp e alguns colegas do grupo ficavam cobrando: ‘e aí, quando você vai fazer sua festa?’. Aí eu decidi fazer a corrida”, conta Valter em entrevista ao Bahia Notícias.
Ele explica que seu primeiro passo foi pedir a ajuda de um amigo de Alagoas para fazer um banner e depois publicou a peça em grupos privados de aplicativos de mensagens. Mas a divulgação acabou saindo do controle. “Pra você ter uma ideia, desde quando eu lancei, já ganhei mais de 15 mil seguidores. Eu recebo mais de 100 telefonemas por dia e fora dezenas de WhatsApp que eu recebo, mensagens pelo Facebook, pelo meu Instagram”, conta o músico.
Embora considere a adesão positiva — Valter lembra que chegou a ser procurado por uma mulher do Rio Grande do Norte, interessada em organizar uma excursão especialmente para participar da corrida —, a prévia divulgação do evento já lhe proporcionou uma série de críticas. Nas redes sociais, por exemplo, é possível ver comentários do tipo “Falta de respeito com a sociedade, tenho certeza que pessoas honestas não participariam”, “Essas maluquices não deveriam nem ser divulgadas” e “Deus é mais, falta de respeito”.
Fora das redes, ele também não é poupado. “Outro dia, uma senhora me ligou, me xingou todo e disse que ia sair do bairro, que eu estava prejudicando o bem estar da Barra”, relata, acrescentando que costuma responder às críticas com “muita educação”. Segundo ele, seu intuito com a pedalada é justamente “quebrar esse tabu”.
“Outro dia eu estava na Barra e vi um cara descendo do Cristo, pelado, aí eu pensei: ‘vou fazer um negócio desses’. É pra quebrar um tabu porque antes do Brasil ser invadido pelos portugueses era assim. Sei que tem a questão da religião que veio depois, as leis do país, mas eu não vejo isso como atentado ao pudor”, defende Valter, que chegou a concorrer como deputado federal pelo PHS na última eleição. Em um vídeo de divulgação da corrida, ele destaca que atitudes obscenas e atos sexuais, como masturbação, não serão permitidos.
De toda forma, Valter ainda não começou a colher as inscrições, previstas para serem feitas através de seu próprio número, via WhatsApp. Antes, ele espera obter as devidas licenças da Prefeitura de Salvador e também garantir o apoio da Polícia Militar (PM) para realizar a segurança do evento. Mas ainda não registrou os pedidos oficiais.
Além disso, ele planeja ir em busca de patrocínio para a corrida, pois gostaria de oferecer ingressos gratuitos — atualmente, sua previsão de cobrança é de R$ 20 para homens e R$ 10 para mulheres. Neste formato, os participantes concorrerão a R$ 10 mil em prêmios, sendo R$ 5 mil para o primeiro colocado, R$ 3 mil para o segundo e R$ 2 mil para o terceiro. O dinheiro restante será destinado a uma instituição de caridade.