A CHESF emitiu uma nota dizendo que recorrerá da decisão judicial que a responsabilizou pelos alagamentos ocorridos em dezembro em cidades do sudoeste da Bahia.
A decisão judicial exigiu que a companhia elaborasse um plano para reverter os danos ambientais e sociais causados, além de disponibilizar, no mínimo, R$ 100 milhões para um fundo de emergência, para assegurar a responsabilidade total da CHESF pelos prejuízos causados pelo desastre.
Em um comunicado, a CHESF ressaltou que a operação cumpriu os protocolos de segurança e que a vazão da barragem foi o método mais adequado para minimizar os danos causados pelas intensas precipitações. Aumento da vazão da Barragem da Pedra tornou-se objeto de um caso judicial quando a Procuradoria Geral do Estado da Bahia atribuiu à Companhia Hidrelétrica do São Francisco a responsabilidade pelos alagamentos.
Em 26/12/2022, o Rio de Contas registrou uma das maiores cheias da história. A CHESF informou que, no dia 25 de dezembro, o reservatório da Usina Hidroelétrica da Pedra, em Jequié, recebeu uma média de 3.100 metros cúbicos por segundo (m³/s). Em três dias, a capacidade útil subiu de 65% para 93%. Dessa forma, as comportas tiveram que ser abertas para não permitir que o rio transbordasse totalmente. O processo, no entanto, causou inundações. Jequié e Ipiaú foram as localidades mais prejudicadas.
Segundo os números da CHESF, o volume de água liberado pela hidrelétrica, chamado de defluência, saltou de 95 m³/s para 190 m³/s em um período de 24 horas. No sábado (24), a vazão média foi de 700 m³/s e, no dia seguinte, atingiu 1.850 m³/s, com liberação superior a 2.000 m³/s em alguns momentos.
Conforme a CHESF, a ação no reservatório fez com que “a vazão nas comunidades a jusante da barragem atingisse 4.500 metros cúbicos por segundo, muito superior aos valores registrados anteriormente, com consequências ainda mais graves para a população”. A CHESF assegura que o procedimento evitou uma emergência na barragem.