Clubes brasileiros propõem unificação de ligas e nova divisão de receitas

Clubes do futebol unem forças pela Liga Brasileira, com inédita divisão de receitas entre Série A e B.

Libra

Na última sexta-feira, os presidentes de várias equipes do futebol brasileiro apresentaram uma proposta com vistas à fusão das iniciativas Libra e Forte Futebol e União, que buscam a criação de uma nova liga esportiva no país. A intenção declarada pelos clubes, através de um documento encaminhado aos representantes dos respectivos times, é solidificar uma frente unificada para negociação dos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro, a ser vigente no período de 2025 a 2029.

Segundo o proposto, o acordo prevê uma redistribuição de receitas entre as Séries A e B do campeonato, com uma inédita alocação de 15% dos direitos comerciais destinados à Série B. O restante, correspondente a 85%, seria alocado à Série A. A divisão é descrita como um marco histórico para a Série B, que até então não participava dos rendimentos obtidos pela elite do futebol nacional.

Dentro da Série A, a distribuição de receitas tomará forma a partir de uma fórmula de 45-30-25. Dentre esta formulação, 45% das receitas serão divididas igualmente entre todos os clubes, garantindo uma base financeira uniforme. Adicionalmente, 30% serão destinados com base no desempenho esportivo dos clubes, analisando sua posição no Campeonato Brasileiro ao longo das últimas três temporadas, o que favorecerá os times com melhor performance continuada. Os restantes 25% terão como base o apelo comercial de cada clube, calculado de acordo com a audiência média das transmissões televisivas e por streaming.

O documento destaca a importância dos elementos de performance esportiva e apelo comercial, ambos fundamentais para estabelecer uma distribuição mais equitativa dos recursos. Para o cálculo do desempenho, será dada maior ênfase à tabela de classificação do ano corrente, seguindo uma distribuição pré-definida para as temporadas anteriores. Em relação ao critério comercial, será utilizada a média de espectadores nas diversas plataformas de transmissão, incluindo dados de televisão aberta, televisão fechada e streaming, com o último seguindo uma metodologia conservadora de contagem de espectadores por minuto.

Essa iniciativa representa um passo significativo na reestruturação das bases financeiras do futebol brasileiro, promovendo um ambiente mais competitivo e dando destaque não apenas ao desempenho dentro de campo, mas também ao engajamento dos fãs e à visibilidade que cada clube alcança diante do público espectador.