Combate às apostas no futebol: CBF e Fifa trabalham juntas em investigação de esquema fraudulento

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, determinou nesta quarta-feira, 10, a instauração de um inquérito na Polícia Federal para investigar o esquema de apostas no futebol brasileiro, descoberto pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO). A operação Penalidade Máxima, deflagrada na última semana, investiga partidas da edição passada do Campeonato Brasileiro, vencido pelo Palmeiras, além de jogos do Paulistão e do Campeonato Gaúcho de 2023.

A CBF solicitou a entrada da Polícia Federal no caso “com o objetivo de centralizar todas as informações a respeito dos casos em investigação”. Entretanto, a entidade descartou a possibilidade de suspender as Séries A e B do Brasileirão, mesmo diante das suspeitas de manipulação de resultados em competições esportivas. Em vez disso, defendeu que “a punição de atletas e demais participantes do esquema de fraudes aconteça de forma veemente”.

A CBF informou que vem trabalhando em conjunto com a Fifa, demais entidades internacionais, clubes e federações brasileiras a fim de combater todo e qualquer tipo de crime, fraude ou ilícito dentro do futebol. O presidente da entidade, Ednaldo Rodrigues, afirmou que “quem comete crimes não deve fazer parte do futebol brasileiro e mundial” e defendeu a suspensão preventiva baseada em suspeitas concretas e até o banimento do esporte em casos comprovados.

A CBF disse se preocupar com a proliferação de casas de apostas, que operam atualmente em uma espécie de limbo regulatório, já que as apostas são legais no País desde 2018, mas ainda não foram regulamentadas. Sem fiscalização, as suspeitas de manipulação de resultados e de lavagem de dinheiro se multiplicam.

Em abril, o MP-GO denunciou 16 pessoas, sendo sete delas jogadores: Eduardo Bauermann (Santos), Gabriel Tota (Ypiranga-RS), Victor Ramos (Chapecoense), Igor Cariús (Sport), Paulo Miranda (Náutico), Fernando Neto (São Bernardo) e Matheus Gomes (Sergipe). De acordo com o MP-GO, os jogadores envolvidos no esquema receberiam valores que variavam entre R$ 50 mil a R$ 500 mil para provocarem eventos específicos em jogos previamente selecionados, como cometer pênaltis, levar cartões amarelos ou vermelhos em determinada etapa da partida, diferença de gols no primeiro tempo, entre outros.

Ainda que a CBF descarte suspender o Brasileirão, a investigação e as suspeitas de manipulação de resultados abalam a credibilidade do futebol brasileiro. É fundamental que a polícia e as autoridades esportivas atuem de forma rigorosa para coibir qualquer tipo de fraude e garantir a integridade do esporte. A torcida é para que a investigação apure as responsabilidades dos envolvidos e que medidas efetivas sejam tomadas para prevenir que tais práticas criminosas voltem a ocorrer.