A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado, que investiga possíveis fraudes e manipulações em resultados do futebol brasileiro, agendou para esta segunda-feira, 13, uma sessão secreta. Nela, será ouvido o ex-árbitro Glauber do Amaral Cunha, suspeito de solicitar propina para interferir em um jogo do campeonato Carioca.
A necessidade de uma sessão à porta fechada foi defendida pelo senador Carlos Portinho (PL-RJ), que argumenta ser essencial para garantir a segurança e a liberalidade do depoente em compartilhar informações delicadas. “A confidencialidade é crucial para a cooperação do depoente e para manter a integridade da investigação”, explicou o senador.
Recentemente, John Textor, proprietário do Botafogo, reforçou em depoimento as suspeitas de manipulação, citando provas recolhidas pela empresa francesa Good Game!, que utiliza inteligência artificial para analisar jogos. Textor revelou que, embora não tenha evidências de pagamentos diretos, as manipulações são claramente mapeadas por análises técnicas.
“Nossa pesquisa mostra como, e não por que, os jogos são manipulados, similar ao que acontece em várias partes da Europa como Bélgica e França”, disse Textor. Ele também mencionou um áudio que comprometeria um árbitro, sem acusar diretamente nenhum clube ou dirigente, mas indicou que grandes clubes como São Paulo e Palmeiras poderiam ter sido beneficiados.
A expectativa é que essa investigação lançada pela CPI possa lançar luz sobre práticas até então veladas e garantir a integridade desportiva no futebol brasileiro, abalada por essas denúncias.
