Além dos mais de R$ 16 milhões que pleiteia do Cruzeiro na Justiça do Trabalho, o meia Thiago Neves também tem direito a receber mais de R$ 1 milhão do clube mineiro, até o fim de fevereiro, a título de bonificação pelo desempenho na temporada passada.
Em ambos, o jogador teria direito a receber o valor se fosse citado em súmula em 42 partidas na temporada de 2019. Thiago Neves jogou em 41 jogos, mas esteve em súmula em mais três, sem entrar em campo, totalizando 44 partidas. Ele foi o vice-artilheiro na temporada com nove gols marcados.
No contrato de trabalho, ficou estabelecido que Thiago Neves deveria receber o valor bruto de R$ 720 mil se atingisse a meta. No acordo de exploração de imagem, ficou estabelecido que o jogador receberia R$ 480 mil brutos. No total, R$ 1,2 milhão pelo desempenho em 2019.
O pagamento, segundo está previsto nos dois acordos obtidos pelo GloboEsporte.com, deve ser realizado em até 90 dias após a realização da 42ª partida em 2019. Ela ocorreu no empate por 0 a 0 com o Avaí, em 11 de novembro, que o jogador atuou o tempo todo. Assim, o pagamento deve ocorrer até a primeira quinzena de fevereiro.
Os dados estão previstos no segundos aditivos do “Segundo Termo Aditivo do Instrumento de Contrato Especial de Trabalho Desportivo”, assinado pelo jogador (pessoa física) e pelo então vice-presidente de futebol Itair Machado, e no “Segundo Termo Aditivo ao Instrumento Particular de Outorga de Direitos de Exploração de Imagem e Outros Conexos”, com as assinaturas do jogador, por meio da sua empresa TH Nevess Marketing Esportivo LTDA e por também Itair Machado. Ambos foram realizados em 3 de janeiro de 2019.
Bônus por título da Libertadores
Ainda nos aditivos, Thiago Neves teria direito a receber um bicho “extra”, caso o Cruzeiro conquistasse o título da Libertadores em alguma temporada em que ele tivesse contrato com a Raposa e jogasse por, pelo menos, 70% dos jogos da campanha.
No contrato de trabalho, estava previsto o pagamento de R$ 600 mil ao meia cruzeirense. Já no contrato de direito de exploração de imagem, o valor seria de R$ 400 mil, além do que todos os jogadores receberiam em caso de título. O total seria de R$ 1 milhão.
Bonificações desde 2017
As bonificações de Thiago Neves estão presentes desde o primeiro contrato do jogador, realizado ainda na gestão de Gilvan de Pinho Tavares, que foi até o fim de 2017. E com valores maiores que o atual contrato prevê.
No primeiro acordo assinado, o meia cruzeirense tinha direito a uma bonificação caso realizasse 45 ou mais partidas oficiais da Raposa, por no mínimo 45 minutos, em cada ano do contrato. Em 2017, ele realizou 57 jogos e atingiu o desempenho previsto em cláusula. Deveria receber R$ 2,4 milhões, divididas em duas parcelas de R$ 1,2 milhão – uma a ser paga em março e outra em maio de 2018.
O contrato de Thiago Neves foi alterado em 14 de fevereiro de 2018, já com Wagner Pires de Sá no comando do clube, e a cláusula de bonificação foi extinta. O pagamento do valor do bônus, referente à temporada 2017, ainda foi renegociado, com os R$ 2,4 milhões passando a ser pagos em quatro parcelas de R$ 600 mil, com vencimentos em abril, junho, agosto e outubro de 2018.
Débitos com Thiago Neves
Thiago Neves cobra mais de R$ 16 milhões do Cruzeiro na Justiça do Trabalho. O jogador também pediu a rescisão do contrato de trabalho, mas o pedido foi negado pelo desembargador Manoel Barbosa da Silva, do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de Minas Gerais. O meia entrou com pedido liminar, argumentando principalmente que a decisão o possibilitaria de fechar com outro clube durante a janela de transferências de 2020, aberta em janeiro.
O jogador cobra uma série de atrasados do Cruzeiro, referente a salários atrasados, férias e FGTS. O valor da ação é de R$ 16.461.320,06. A ação só deverá a ser julgada com o retorno das atividades do Judiciário, no fim de janeiro.
A reportagem procurou Thiago Neves, por meio de sua assessoria, mas o staff do jogador preferiu não se posicionar, pelo fato do caso do contrato do jogador estar sendo discutido em segredo de Justiça. Itair Machado e Gilvan de Pinho Tavares também foram contactados, mas ainda não se pronunciaram sobre o tema.