O desinteresse dos torcedores pela Seleção Brasileira é comparado a um poema de Clarice Lispector, que reflete a ideia de que o amor se extinguiu. A sequência de resultados decepcionantes em Copas do Mundo pode ter contribuído para essa situação. Questões como o clubismo, a relação entre clubes e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), e a venda precoce de jovens jogadores para o exterior são discutidas como possíveis causas.
Em entrevista ao Bahia Notícias, o jornalista Thiago Uberreich, especialista em Copas do Mundo, comentou sobre essa relação. Ele acredita que, apesar do desgaste, o amor pelo futebol ainda existe. “O brasileiro gosta de futebol, mas a relação com a Seleção nunca esteve tão ruim”, disse. Thiago também observou que o desinteresse é evidente, especialmente durante a Copa América e as Eliminatórias, onde a torcida não demonstrou engajamento.
Uberreich não considera que os conflitos entre clubes e a CBF sejam a principal razão para o afastamento da torcida. Ele argumenta que, embora esses conflitos sejam problemáticos, não são determinantes. Além disso, ele destacou que os altos preços de ingressos e produtos relacionados à Seleção não são barreiras significativas, pois as pessoas ainda encontram maneiras de acompanhar os jogos.
A saída precoce de jovens talentos, como Vini Jr. e Rodrygo, é um fator importante. Thiago ressaltou que a falta de identificação dos torcedores com os novos jogadores dificulta a conexão emocional. “Os torcedores não conhecem os jogadores, o que torna difícil torcer por eles”, afirmou.
Uma pesquisa do Datafolha realizada em 2022 indicou que 51% dos brasileiros não estavam interessados na Copa do Mundo do Catar. Thiago também mencionou que a derrota de 7 a 1 para a Alemanha em 2014 teve um impacto duradouro, resultando em um desencanto com a Seleção e uma diminuição nas cobranças por parte do público.