Dúvidas sobre escudo antidrone preocupam Paris antes das Olimpíadas

Paris enfrenta desafios de segurança com drones antes das Olimpíadas, apesar das promessas de Macron e esforços da defesa.

Olimpíadas

A apenas quatro meses do início das Olimpíadas em Paris, cresce a preocupação sobre a capacidade do sistema de defesa antidrone de proteger a cerimônia de abertura da competição – evento ao ar livre previsto para reunir cerca de 300.000 espectadores às margens do Sena. Tais temores não são novidade para os países organizadores dos Jogos, que há mais de meio século temem ataques durante os eventos. A situação se tornou ainda mais alarmante após o ataque sangrento de 22 de março em Moscou, reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI), elevando o nível de alerta na França ao máximo.

O presidente francês, Emmanuel Macron, reafirmou que, apesar dos riscos, a cerimônia de abertura no Sena continua sendo a opção principal, contudo, não descartou alternativas. Contudo, a eficácia do escudo antidrone tem sido questionada, principalmente após a postergação da entrega do sistema de defesa “Parade”, contratado junto às empresas Thales e CS Group.

Oficialmente, o governo tenta transmitir uma imagem de total controle sobre a situação, mas uma autoridade de segurança, que preferiu manter o anonimato, expressou frustração à AFP sobre a realidade das preparações, dizendo que “as coisas não estão realmente funcionando como gostaríamos.” Em maio de 2023, o ministro do Interior, Gérald Darmanin, havia já designado os drones como uma das principais ameaças aos Jogos.

Com quase três milhões de drones em mãos de civis na França, o desafio de prevenir que estes sobrevoem áreas restritas dos Jogos sem autorização se intensifica. A resposta militar foi designada à Thales e ao CS Group em abril de 2022, mas a entrega de seis sistemas “Parade”, inicialmente prevista para junho de 2023, foi adiada, levando o Senado a iniciar uma investigação. As autoridades reconhecem que a guerra antidrone não atingiu o padrão esperado, conforme revelado em um exercício de grande escala pela força aérea, que não convenceu a todos.

Diante desse cenário, surge um “Plano B” que envolve a aquisição do sistema antidrone “Bassalt”, produzido pela Hologarde, uma subsidiária do grupo Aéroports de Paris (ADP). Esse sistema, capaz de detectar e interceptar drones num raio de 10 quilômetros, poderia equipar todos os locais olímpicos, incluindo a cerimônia de abertura. Uma fonte de segurança comparou a situação a ter um carro reserva confiável na garagem para uma viagem de férias, sugerindo uma preferência clara pelo sistema “Bassalt” como alternativa mais segura.

A preocupação com a segurança continua a ser prioridade máxima para os organizadores em Paris, enquanto buscam tranquilizar o público e garantir uma celebração segura dos Jogos Olímpicos, apesar das incertezas que rondam os preparativos de defesa contra drones.