Fifa se diz vítima de corrupção e pede ressarcimento de brasileiros

A Fifa anunciou nesta quarta-feira que entrou com um recurso para recuperar os fundos que foram perdidos com a corrupção de seus funcionários por subornos ou outros esquemas ilegais.

"A Fifa apresentou hoje documentos para as autoridades dos EUA em um esforço para recuperar dezenas de milhões de dólares embolsados ilegalmente por membros corruptos da Fifa e outros dirigentes do futebol."

Ou seja, a federação que comanda o futebol pretende entrar como “vítima” das investigações norte-americanas que devassaram a entidade a partir do ano passado.
 
“Na sua qualidade de 'instituição vitimada', a Fifa apresentou um pedido de ressarcimento às autoridades dos Estados Unidos para os danos que teriam sido causados por 41 ex-funcionários da Fifa e outras organizações de futebol."

Na lista de investigados da qual a entidade exige recuperação financeira estão os cartolas brasileiros Ricardo Teixeira, José Maria Marín (ex-presidentes da CBF) e Marco Polo del Nero (atual presidente da CBF) e compatriotas que estão sendo investigados por atos ilícitos, como os empresários J.Hawilla e Fábio Tordin. 

"A Fifa estima que, no mínimo, dezenas de milhões de dólares foram desviados da comunidade do futebol ilegalmente através de suborno, propinas e esquemas de corrupção realizados pelos réus. E este montante pode aumentar com a sequência das investigações. O governo dos EUA já anunciou quantias que devem cobrir as reivindicações de indenização da Fifa."

Além desta indenização, a entidade afirmou que vai buscar ressarcimento de salários, benefícios e gratificações que foram pagos aos acusados durante o período que trabalharam na Fifa, além de multas em ações por “danos causados a marca da Fifa e sua reputação, sua propriedade intelectual e suas relações comerciais."

Enquanto isso, o presidente recém-eleito Gianni Infantino disse através de um comunicado divulgado na quarta-feira que os réus "abusaram dos cargos de confiança na Fifa e outras organizações internacionais de futebol e causaram um prejuízo grave e duradouro para a Fifa, as suas associações membros e a comunidade do futebol."

"Esses dólares foram feitos para construir campos de futebol, não mansões e piscinas; para comprar kits de futebol, e não joias e carros; e para financiar e desenvolvimento técnico juvenil, não a subscrever estilos de vida luxuosos para executivos de futebol e de marketing esportivo. Quando recuperarmos este dinheiro, ele será redirecionado para sua finalidade original: para o benefício e desenvolvimento do futebol internacional", finalizou.