Os Jogos Olímpicos de Paris, que ocorrerão entre 26 de julho e 11 de agosto de 2024, enfrentarão desafios geopolíticos significativos, abrangendo regiões de tensão internacional como Ucrânia, Afeganistão e Gaza. A maneira como o Comitê Olímpico Internacional (COI) lidará com essas questões delicadas será primordial para o sucesso do evento.
Conflito Ucrânia/Rússia: Após competirem sob bandeira neutra nos últimos eventos olímpicos devido a sanções por doping, os atletas russos se viram no centro de controvérsias geopolíticas com a invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022. Esse ato levou ao banimento de hinos, bandeiras e representantes russos e bielorrussos de competições internacionais. Apesar dos desafios, o COI decidiu permitir a participação desses atletas de maneira individual e sob condições estritas para preservar o princípio da “não discriminação”. Dessa forma, espera-se a presença limitada de atletas russos e bielorrussos, avaliados em 36 e 22 respectivamente, conforme estimativas do COI.
Israel/Gaza: A situação entre Israel e Gaza introduz outra camada de complexidade. O COI tem tentado manter uma posição neutra na contenda, enfatizando a coexistência dos Comitês Olímpicos Nacionais israelense e palestino desde 1995. A estratégia inclui garantir a segurança das delegações e utilizar o sistema de “lugares universais” para assegurar a participação palestina, uma abordagem dupla que visa preservar o espírito olímpico de unidade e competição pacífica.
Afeganistão: Com a tomada do poder pelos talibãs, surgiu o desafio de assegurar que mulheres e meninas possam praticar esportes, respeitando os valores olímpicos. O COI tem adotado um diálogo moderado com as autoridades afegãs, esforçando-se para garantir a participação feminina e promovendo a inclusão através de apoio financeiro e dialogando ativamente para formar uma delegação que respeite a paridade de gênero.
A abordagem do COI frente a esses desafios geopolíticos reflete o esforço contínuo de usar o esporte como um meio de unir nações e povos, mesmo em tempos de conflito. A forma como essas questões serão administradas pode não apenas determinar o sucesso dos Jogos de Paris-2024, mas também reforçar o poder do esporte como uma força para o bem em nível global.