Goleiro suspenso na Espanha após reagir a racismo em campo

Goleiro punido após confrontar racismo na torcida. Decisão seguida de jogo suspenso e sanções ao clube ofensor.

racismo

O Rayo Majadahonda, time da terceira divisão do futebol da Espanha, viu seu goleiro, Cheikh Sarr, ser suspenso por dois jogos. Isso ocorreu porque Sarr reagiu a ofensas racistas vindas das arquibancadas durante um confronto contra o Sestao River. O incidente, que aconteceu aos 42 minutos do segundo tempo, gerou também a suspensão da partida quando a equipe decidiu abandonar o campo como forma de protesto.

A punição de Sarr veio após ele ter sido expulso por tentar confrontar um torcedor que lhe dirigia insultos racistas. Apesar de a Federação Espanhola de Futebol reconhecer que o jogador foi “gravemente ofendido”, a entidade argumentou que Sarr deveria ter optado por comunicar a arbitragem sobre os abusos para que o protocolo contra o racismo fosse ativado.

“Damos credibilidade ao fato de que os insultos racistas começaram no minuto 50 do jogo e, portanto, deveriam ter sido levados ao conhecimento do árbitro para que fosse iniciado o protocolo contra o racismo,” explicou o Juiz Único de Competição. A resolução acrescenta que a atitude de Sarr, mesmo não tendo sido mencionado insulto ou agressão de sua parte, é “reprovável”.

Além da suspensão imposta a Sarr, o Sestao River enfrentará consequências, devendo realizar suas próximas duas partidas com portões fechados. A resolução também determinou a derrota do Rayo Majadahonda por 3 a 0, além da perda de três pontos no campeonato.

Em declarações à imprensa, Sarr descreveu o incidente como “algo horrível” e “muito feio”, mas admitiu que, se confrontado com uma situação similar no futuro, saberá como se comportar de maneira diferente. “Não poderia aguentar, uma tristeza,” disse ele, refletindo sobre a tensão do momento e sua resposta involuntária ao ataque racista.

Este incidente reforça a contínua luta contra o racismo no futebol e destaca a importância de protocolos eficazes para proteger os jogadores de ataques discriminatórios, enquanto também questiona a eficácia das ações tomadas pelas autoridades esportivas em tais situações.