Pela terceira vez em sua história, o Grêmio é campeão da Libertadores da América. Com uma atuação irrepreensível, principalmente no primeiro tempo, o time gaúcho calou as arquibancadas do estádio La Fortaleza, na Argentina, ao derrotar o Lanús por 2 a 1 nesta quarta-feira. Fernandinho e Luan, com um golaço, foram os heróis da conquista e fizeram a festa dos milhões de gremistas pelo Brasil.
Mas o Grêmio teve muitos outros destaques nesta quarta. A começar por Renato Gaúcho, que cumpriu a promessa de levar uma equipe ofensiva a campo, mesmo com a vantagem de ter vencido na ida por 1 a 0, e anulou completamente o Lanús no primeiro tempo, quando sua equipe marcou os dois gols. Na etapa final, então, foi só administrar o resultado diante de um adversário já combalido.
Se a expectativa era de um jogo tenso, até pelo que foi visto em Porto Alegre, o Grêmio tratou de resolver com um futebol de muita qualidade. Pressionando a marcação adversária e com Luan inspirado, praticamente garantiu a conquista na primeira etapa. Na segunda, nem mesmo o susto com o gol de Sand, de pênalti, impediu a festa.
Com o triunfo, Luan, Geromel, Arthur, Marcelo Grohe e cia. repetiram o feito das gerações de 1983 e 1995 e voltaram a dar ao Grêmio o troféu da Libertadores. De quebra, garantiram vaga no Mundial de Clubes, que será disputado em Abu Dabi em dezembro, no qual o time gaúcho tentará sua segunda conquista – venceu somente em 1983.
O jogo
Para quem esperava um Lanús ofensivo, pressionando o Grêmio, viu logo nos primeiros minutos justamente o cenário inverso. Aos oito, Fernandinho ficou com a bola após bela troca de passes e bateu cruzado, mas Andrada defendeu. Seis minutos depois, nova triangulação dos visitantes: Ramiro recebeu lançamento de Arthur na medida e ajeitou de cabeça para Barrios, que não pegou em cheio.
A frustração do Lanús era evidente e foi traduzida nos dois cartões amarelos recebidos antes mesmo dos 20 minutos. A superioridade gremista era tanta, que silenciou a torcida mandante. E ela finalmente seria traduzida em gol aos 26 minutos.
Foi num erro argentino que o Grêmio abriu o placar. Após falta afastada pela defesa brasileira, José Gómez tentou recolocar o time argentino no ataque, mas pegou mal e entregou no pé de Fernandinho. Veloz, o atacante arrancou do meio de campo sem permitir a reação do lateral. De frente para Andrada, encheu o pé para balançar a rede.
O que já era um domínio claro gremista se transformou em uma aula. A marcação por pressão impedia qualquer ataque do Lanús. Em compensação, o time gaúcho envolvia o adversário em rápidas trocas de passes, quase sempre capitaneadas por Luan. E em uma delas, Edílson arriscou chute cruzado que parou nos pés de Ramiro, mas o meia jogou por cima.
Atordoado, o Lanús voltou a falhar aos 41 minutos. Jaílson recebeu no meio de campo, percebeu o erro de posicionamento da defesa e encontrou Luan sozinho na esquerda. O atacante até perdeu o tempo da bola no domínio, mas mostrou toda sua qualidade para cortar dois marcadores e dar belo toque por cobertura sobre Andrada. Um golaço para apagar de vez o adversário e colocar a mão na taça.
Se precisava do resultado, o Lanús deixou o primeiro tempo tendo realizado apenas uma boa jogada, já aos 43 minutos, quando Martínez tabelou com Gómez e bateu de dentro da área, por cima. Mas estava tão fácil para o Grêmio que o último momento seria dos visitantes. Após outra linda jogada de Luan, Barrios finalizou para fora.
No segundo tempo, o Grêmio tratou de diminuir o ritmo. Até pela impossibilidade física de manter a intensidade, recuou a marcação e passou a lutar por um contra-ataque, o que deu mais espaço ao adversário para criar. Aos 10 minutos, Acosta tabelou com Velázquez e bateu travado. A sobra ficou com Sand, que jogou rente à trave.
O duelo, porém, se desenrolava à maneira do Grêmio, sem grandes emoções. Até que aos 25 minutos, em uma rara desatenção da defesa, Acosta girou em cima da defesa e foi derrubado por Jaílson na área. O árbitro marcou pênalti, que Sand bateu com categoria, deslocando Grohe, para diminuir.
O Lanús até tentou colocar fogo na partida com o gol, mas o Grêmio manteve a calma e conseguiu controlar o ímpeto adversário. Aos 37 minutos, Ramiro se desentendeu com Marcone e foi expulso. Só que nem assim os argentinos conseguiram incomodar a meta de Grohe. Pelo contrário, foi Luan quem desperdiçou a chance de marcar o terceiro. Mas não faria falta. O título e a comemoração eram tricolores.