O coordenador das categorias de base do Palmeiras, João Paulo Sampaio, lamentou a morte do jovem ex-jogador Diego Lima durante sua participação no programa Charla Podcast, na quinta-feira (13). Diego, de 20 anos, foi assassinado a tiros no dia 11 de outubro, na localidade do Alto do Coqueirinho, no bairro de Itapuã, em Salvador, na Bahia.
Durante a conversa, Sampaio relembrou a trajetória de Diego, que passou pelas divisões de base do Bahia, Jacuipense e do próprio Palmeiras. O dirigente avaliou que a violência que levou à morte do atleta é um reflexo das dificuldades enfrentadas por iniciante no futebol brasileiro. “Há dois dias, um jogador que foi nosso aqui — lá de Salvador — passou pelo Palmeiras, já foi da Jacuipense e depois foi para o Bahia. Ele foi assassinado por causa de um erro, né? Tem uns que a gente não consegue salvar. Mas quantos o futebol salva? Quantos o futebol emprega?”, afirmou.
Sampaio também destacou a disparidade financeira existente entre os jogadores de elite e a maioria dos profissionais de base, indicando que apenas 4% dos atletas conquistam salários significativos. “A ponta do iceberg são aqueles 4% que ganham dinheiro, é o que todo mundo quer ser. Os outros 84% dos jogadores no Brasil ganham um salário mínimo, R$ 2 mil. A gente vive a realidade desses 4% na televisão — é o que passa, é o glamour”, enfatizou.
O sepultamento de Diego Lima ocorreu no dia 12 de outubro, no Cemitério de Brotas, em Salvador. A Polícia Civil investiga as circunstâncias de sua morte e trabalha para identificar a motivação e os responsáveis pelo crime. Diego havia retornado ao Brasil após uma breve estadia na Inglaterra, onde buscava oportunidades no futebol internacional, mas decidiu voltar por sentir falta da rotina e dos hábitos locais.
João Paulo Sampaio, que iniciou sua carreira no Vitória, é reconhecido como uma das figuras mais relevantes na formação de atletas jovens, já tendo revelado diversos talentos ao longo de sua trajetória no Palmeiras, onde está desde 2015.

