A Justiça do Rio de Janeiro negou, nesta segunda-feira, o pedido da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para adiar o julgamento que discute a possibilidade de afastamento de Ednaldo Rodrigues da presidência da entidade. A decisão foi tomada pelo desembargador Gabriel Zefiro, da 21ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), mantendo a sessão marcada para a próxima quinta-feira, dia 7.
O pleito da CBF, conforme informado pelo colunista Lauro Jardim, de O Globo, foi fundamentado na recente nomeação de Rafael Barroso Fontelles como advogado da entidade, que alegou necessidade de mais tempo para se preparar para o julgamento. O desembargador Zefiro, ao analisar o caso, concluiu haver tempo suficiente para a preparação do novo patrono, considerando que o substabelecimento foi outorgado com reservas, e determinou a continuidade do julgamento conforme planejado.
Esta decisão judicial é o mais recente capítulo de uma disputa de poder que se arrasta há um mês e tem gerado intensas discussões dentro da CBF. O foco do julgamento está nos critérios de eleição da entidade, especialmente no peso dos votos, que é proporcionalmente maior para as federações, uma prática que entra em conflito com as diretrizes estabelecidas pela Lei Pelé.
A ação que será julgada foi movida ainda durante a gestão do ex-presidente Rogério Caboclo e questiona a legalidade da eleição da CBF. O Ministério Público, autor da ação em 2018, argumenta que, se o recurso for aceito e a eleição de Caboclo for declarada ilegal, Ednaldo Rodrigues, que atualmente ocupa a presidência cumprindo o restante do mandato de seu antecessor, terá de deixar o cargo.
O resultado deste julgamento pode ter implicações significativas para a administração do futebol brasileiro, e os próximos dias prometem ser decisivos para o futuro da CBF.