O que realmente aconteceu nos minutos finais do Ba-Vi da paz? O clássico que prometia ser um marco de reconciliação entre Bahia e Vitória terminou em confusão, nove expulsões e um desfecho que até hoje intriga torcedores. Agora, sete anos depois, o ex-lateral do Vitória, Bryan García, quebra o silêncio e revela: “Falei com o juiz”.
A cada frase, a história fica mais tensa. O Ba-Vi de 18 de fevereiro de 2018, no Barradão, entrou para a história não só pelo apelido de “Clássico da Paz”, mas pelo tumulto que encerrou a partida antes dos 90 minutos. O motivo? Insuficiência de jogadores do Vitória em campo, após uma sequência de cartões vermelhos.
Em entrevista ao podcast “Para de Clubismo”, Bryan García detalhou os bastidores do episódio que mudou o rumo do futebol baiano. Segundo o lateral, a ordem partiu do então técnico Vagner Mancini, que teria orientado os atletas a forçarem mais um cartão para encerrar o jogo.
“O vídeo pega o Mancini falando pra acontecer isso. Tem uma hora que um jogador nosso vai lá, chuta a bola forçando o cartão para ser expulso. Ele já tinha cartão. Eu também estava nesse lance, e falei com o juiz que tinha que cumprir a regra. Foi aí que ele tomou cartão e acabou o jogo”, contou Bryan, sem rodeios [Bahia Notícias].
O contexto era de pressão máxima. Após uma briga generalizada, o árbitro distribuiu 17 cartões, sendo nove vermelhos. O Bahia, que empatou o jogo com um pênalti convertido por Vinícius, viu a comemoração do meia desencadear a confusão. O Vitória, com menos jogadores, buscou uma saída inesperada.
“O cara fez a leitura certinha do Mancini falando. (…) O que é que aconteceu, expulsaram três ou quatro jogadores nossos e o jogo continuou. Expulsou só um ou dois do Bahia. Ficamos com jogadores a menos e tomando uma pressão. Aí rolou essa parte. Se a gente tivesse mais um expulso acabava o jogo por falta de jogador. A gente ia ficar com seis em campo só”, explicou Bryan [ge.globo].
A cena decisiva envolveu o zagueiro Bruno Bispo, que impediu a cobrança de falta do Bahia e recebeu o segundo amarelo. Bryan, ao lado do árbitro, reforçou a necessidade de cumprir a regra e encerrar a partida.
“Eu também estou no lance, falando para o juiz: ‘Tem que cumprir a regra, tem que expulsar, tem que dar cartão nele, tem que acabar o jogo’. Aí ele tomou o cartão e acabou o jogo”, relembrou o lateral [A Tarde].
A polêmica ganhou novo fôlego recentemente, quando vídeos de leitura labial viralizaram nas redes sociais, mostrando Mancini supostamente orientando a expulsão. O treinador, porém, nega até hoje ter dado tal ordem, classificando o episódio como “uma grande palhaçada provocada pelo árbitro”.
“Como é que eu vou falar para o jogador tomar o segundo amarelo para ser expulso? Eu tenho atrás de mim uma coletividade, presidente, diretor, supervisor e funcionários do grupo. Como é que eu posso tomar essa decisão? Pode ter certeza, não houve sacanagem”, afirmou Mancini em entrevista ao podcast “Futeboteco” [A Tarde].
O “Ba-Vi da paz” terminou com o Bahia declarado vencedor por W.O., após o Vitória ficar com apenas seis jogadores em campo. Desde então, o clássico nunca mais teve as duas torcidas presentes no estádio.
Cronologia dos principais fatos do Ba-Vi da paz:
- 18/02/2018: Vitória e Bahia se enfrentam no Barradão, pelo Campeonato Baiano.
- Vitória abre o placar, Bahia empata de pênalti.
- Comemoração de Vinícius gera briga generalizada.
- Árbitro distribui 17 cartões, sendo 9 vermelhos.
- Vitória força expulsão para encerrar o jogo por falta de jogadores.
- Bahia vence por W.O.
A repercussão do caso segue viva, com novas revelações e versões que alimentam o debate sobre ética e estratégia no futebol brasileiro.
VÍDEO: Lateral ex-Vitória revela bastidores de expulsões no Ba-Vi da paz: "Falei com o juiz"
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— Bahia Notícias (@BahiaNoticias) April 26, 2025