O médico italiano Alessandro Misley relembrou os momentos dramáticos que se seguiram ao trágico acidente que tirou a vida de Ayrton Senna, ícone brasileiro da Fórmula 1. Misley, que prestou os primeiros socorros, descreveu a cena que encontrou ao chegar ao local do acidente juntamente com sua equipe médica.
“Ao sermos chamados, não sabíamos inicialmente que se tratava de Senna. Chegamos praticamente junto com a ambulância e ficamos chocados ao reconhecer o piloto”, contou o médico. A gravidade do estado de Senna era evidente, marcada por severas lesões na cabeça e no pescoço. “Ele estava inconsciente, com sinais vitais alterados e sangramento evidente, indicativos de lesões cerebrais”, explicou Misley.
O médico destacou que, apesar dos esforços de ressuscitação no local, as condições de Senna rapidamente se mostraram críticas. A transmissão pela televisão capturou um momento em que Senna pareceu mover a cabeça, levando esperança aos espectadores, mas Misley esclareceu que era um movimento involuntário.
Uma teoria circulou sugerindo que a coluna de direção do carro de Senna teria sido responsável pela fatalidade. No entanto, Misley refutou essa ideia. “Absolutamente não. A morte foi resultado de uma fratura na base do crânio causada pelo forte impacto. Um pedaço da suspensão penetrou o capacete de Senna, mas essa lesão foi secundária e não letal”, afirmou.
No momento do acidente, o carro de Senna estava a mais de 300 km/h. A desaceleração brusca devido ao choque com o muro de proteção foi instantânea. “Se fosse apenas pela suspensão, Senna poderia estar vivo. Infelizmente, o impacto foi severo demais”, concluiu Misley, enfatizando a tragédia que encerrou abruptamente a carreira de um dos maiores pilotos de todos os tempos.
