Neto vê má fé de seguradoras e diz que ofereceram um ‘cala boca’ para algumas famílias

Quase três anos após a tragédia com o avião da Chapecoense que deixou 71 mortos, familiares e sobreviventes ainda lutam por Justiça. O zagueiro Neto, que prepara seu retorno aos gramados, é um dos líderes do movimento que combate a demora no pagamento das indenizações.

No mês passado, o defensor e as viúvas de quatro jogadores foram até Londres para protestar. “As empresas que poderiam ter pago o seguro e resolvido todo o caso. Viemos até aqui, custeamos do nosso próprio bolso para buscar nossos direitos e a reparação que tem que ser feita. Diante de toda a tragédia, a gente ainda vem vivendo muitas injustiças”, declarou.

As corretoras Aon e Tokio Marine Kiln eram as responsáveis pelas apólices dos passageiros do voo da LaMia. As empresas dizem que a companhia áerea descumpriu várias regras do seguro.

As seguradoras criaram um fundo humanitário e ofereceram cerca de R$ 935 mil reais para as famílias. Houve acordo com 23, mas elas tiveram que assinar um acordo falando que não podem processar mais as empresas após receber o montante.

“Vejo a situação como uma ação de má fé da seguradora porque até mesmo esse acordo com algumas famílias foi porque de imediato eles resolveram não dar nada, se isentaram de toda a culpa e após um tempo grande eles vieram manifestar uma ajuda para os familiares daqueles que se foram. Eles sabiam que muitas pessoas teriam problemas financeiros porque o seu provedor tinha morrido no acidente. Eles deram uma ênfase maior nisso, esperaram o dinheiro de muitos se acabar e com a necessidade de cada um, um tem mais e outro menos, muitos aceitaram”, afirmou Neto.

“Foi até uma forma brutal da maneira que eles agiram. Foi um cala boca para algumas famílias”, completou.