Neymar e Messi definem a Copa América no superclássico entre Brasil x Argentina

Os dois maiores astros do futebol sul-americano, Neymar e Lionel Messi, se enfrentam neste sábado, 10, no Maracanã, na eletrizante final da Copa América 2021, em um superclássico entre Brasil e Argentina.

‘La Pulga’ vai disparar no templo no Rio de Janeiro aquela que pode ser sua última bala no torneio de seleções mais antigo do mundo. Será ela suficiente para que possa finalmente conquistar uma taça com a Albiceleste? ‘Ney’, ausente no título do Brasil na edição anterior, em 2019, garante que não.

No final, um dos dois vai levantar um troféu que não foi conquistado nem por Pelé e nem por Diego Maradona, responsáveis, em parte, por muitos considerarem este confronto o maior clássico entre seleções nacionais.

O duelo terá a presença do público nas arquibancadas, depois que a prefeitura aprovou a ocupação de até 10% da capacidade máxima do estádio, que é de 78 mil espectadores.

“Era a final que sempre sonhei em jogar. A final que todo mundo que gosta de futebol espera de uma Copa América”, disse Neymar.

Para Messi, de 34 anos, é a chance de virar a página das quatro finais que perdeu com seu país – três Copa América e uma Copa do Mundo – e de encerrar um incômodo jejum argentino de quase três décadas sem conquistar um título.

‘Ney’ tinha um ano de idade quando o Albiceleste triunfou na Copa América do Equador-1993, mas estava consciente há dois anos quando uma lesão o privou do nono título continental da seleção brasileira contra o Peru (3-1) no Maracanã.

“Vai ser duríssimo”

Ansioso por uma Bola de Ouro, o jogador do PSG buscará coroar um campeonato em que poliu uma ‘Amarelinha’ que se mostrou sem muito brilho, mas sólida, mas em que foi ofuscado por Messi, artilheiro (4 gols) e jogador com mais assistências (5) no torneio.

A final entre as duas melhores equipes da Copa América se interpõe entre a amizade de dois astros que maravilharam o mundo quando jogavam juntos no Barcelona.

“O Brasil com o Neymar vai ser duríssimo”, diz Messi. “Mas o que mais quero é ganhar alguma coisa com a seleção nacional”, garantiu.

“Não passa outra coisa pela minha cabeça que não seja a vitória”, disse por sua vez o brasileiro.

“Eu sei [como marcar], mas não vou dizer. A gente não neutraliza, a gente diminui ações do adversário”, indicou o técnico Tite.

O seis vezes vencedor da Bola de Ouro tentará obter o décimo quinto título de Copa América da Argentina contra o Brasil de Tite, que não perde jogos oficiais desde a derrota nas quartas de final da Copa do Mundo de 2018 na Rússia contra a Bélgica (2-1).

Desde aquela derrota, a Seleção disputou 18 jogos oficiais, vencendo 15 e empatando três. Apoiado na segurança de Marquinhos, Thiago Silva e Casemiro, tem cinco vitórias na Copa América, a última contra o Peru nas semifinais, e um empate.

Os anfitriões terão o desfalque do sancionado Gabriel Jesus, algo que pode afetar o ataque na hora de tentar superar a defesa albiceleste, que sofreu apenas três gols em seis jogos.

Dor antiga

O poder do ataque e da defesa adversária, o que mais marcou e a que menos sofreu gols no torneio, são mais um desafio para Messi que sofreu derrotas marcantes para a seleção verde-amarela.

A primeira final que perdeu pela Argentina foi contra o Brasil na Copa América da Venezuela-2007 e na última edição do torneio continental o Brasil eliminou a Albiceleste nas semifinais (2-0), com o técnico Lionel Scaloni à beira do campo.

Scaloni formou uma equipe de ‘operários’ em que Messi é o artista e que encontrou uma alegria no zagueiro central Cristian Romero e o goleiro Emiliano Martínez, que defendeu três pênaltis nas semifinais contra a Colômbia.

Sergio ‘Kun’ Agüero, Nicolás Otamendi e Ángel Di María são a cota de experiência de um elenco cuja última derrota foi exatamente contra o Brasil (2-0) na edição passada do torneio.

“Vamos jogar uma final contra nosso eterno rival, nosso rival de longa data, os dois times mais poderosos da América do Sul”, disse o técnico.

Com Messi no comando, a Argentina pretende castigar o Brasil com um novo ‘Maracanazo’, relembrando o velho trauma da Copa do Mundo de 1950.