O Brasil contará com 253 atletas na sua delegação definida para os Jogos Paralímpicos de Tóquio-2020, que começarão no dia 24 de agosto e serão encerrados em 5 de setembro. O grupo de 159 homens e 94 mulheres atletas inclui atletas sem deficiência como guias, calheiros, goleiros e timoneiro. Somadas a comissão técnica, médica e administrativa, são 422 pessoas.
De acordo com o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), nunca antes uma missão nacional reuniu contingente tão numeroso fora do país como está programada para esta edição. Nove baianos ajudam a estabelecer a marca (leia mais sobre eles abaixo). O último recorde havia sido estabelecido em Londres 2012, quando o Brasil foi representado por 178 atletas. Apenas a Rio-2016 se mantém insuperável, pelo fato de o Brasil ter sido anfitrião e garantir vagas em todas as modalidades, reunindo 286 atletas.
A diferença se torna clara quando comparada à estreia dos brasileiros no evento, em 1972, em Heidelberg, na Alemanha. Naquela ocasião, o Brasil teve apenas 20 representantes, disputou medalhas em quatro modalidades e saiu sem sequer um pódio.
A Rio-2016 se destaca como a edição de melhor campanha, em que os brasileiros conquistaram 72 medalhas, sendo 14 de ouro, 29 de prata e 29 de bronze, com o oitavo lugar no quadro de medalhas.
Projeção de conquistas
O CPB (Comitê Paralímpico Brasileiro) estabeleceu para Tóquio-2021 manter o Brasil entre as dez principais potências do planeta. Aumentar a participação feminina para 38% já foi alcançado. Outra meta que deverá ser consolidada é a celebração da centésima medalha dourada, já que o Brasil acumula 87 ouros.
Classificaram-se representantes de 22 estados, além do Distrito Federal, para um total de 20 modalidades. Ficaram de fora basquete em cadeira de rodas e rúgbi também em cadeira de rodas. A maior parte da delegação tem atletas de São Paulo, representado por 60 deles. O Rio de Janeiro vem em segundo lugar, com 24 no grupo que só não terá representantes do Amapá, Sergipe, Roraima e Tocantins.
O atletismo lidera em relação ao maior número de competidores, com 64 participantes e respectivos 18 atletas-guia. A natação vem a seguir, com 35 nadadores. Um dos destaques é o multimedalhista Daniel Dias, que deverá se aposentar após o evento. Ele é o maior medalhista paralímpico brasileiro, com 24 premiações, sendo 14 de ouro.
O Brasil conseguiu colocar um representante no parabadminton, modalidade inserida nesta edição. O curitibano Vitor Tavares, da classe SH6 (para pessoas com baixa estatura), fará as honras embalado pela medalha de ouro nos Jogos Parapan-Americanos de Lima 2019.
Também serão estreantes em Tóquio o parataekwondo, dos paulistas Débora Menezes e Nathan Torquato, e da paraibana Silvana Silva.
Mas o Brasil é potência mundial mesmo no futebol de 5, disputado por atletas com deficiência visual ou olhos vendados, exceto o goleiro. Não tem para ninguém quando a equipe entra em quadra com os baianos Jefinho, atacante artilheiro, e Cássio, além do atacante gaúcho Ricardinho.
O grupo já faz a tradicional contagem regressiva para entrar em ação. “A gente embarca no dia 8 de agosto e vamos ficar até o dia 5 de setembro em Tóquio”, disse Cássio, já contando com a final, dia 4 de setembro, porque espera voltar a Ituberá com o seu terceiro ouro pela seleção.