Polícia ouve suspeitos de injúria racial no Mineirão; defesa diz que eles vão se desculpar com vítima

Os dois homens suspeitos de praticar injúria racial contra o segurança Fábio Coutinho, no Mineirão chegaram, por volta das 12h desta terça-feira (12), ao Departamento de Operações Especiais (Deoesp), na Região da Pampulha, em BH, onde vão prestar depoimento. De acordo com a advogada Aline Lopes Martins de Paula, eles escreverão uma carta com pedido de desculpas.

Os irmãos de 27 e 38 anos foram intimados para prestar esclarecimentos sobre o ocorrido no estádio. Neste domingo, após o clássico entre Cruzeiro e Atlético-MG, Fábio Coutinho foi vítima de ofensas enquanto tentava conter torcedores atleticanos durante uma confusão. Em um vídeo publicado nas redes sociais por um torcedor, um dos homens aparece dizendo ao segurança: “Olha sua cor”.

“O pedido de desculpa pode ser considerado pelo juiz lá na frente, mas não tem peso de retratação no crime de injúria racial”, disse à TV Globo a delegada Fabíola Oliveira.

Além dos xingamentos, o segurança relatou à polícia que um dos atleticanos cuspiu nele. “Foi triste, foi pesado demais. ‘Olha sua cor, não põe a mão em mim’. Então, pela minha cor, eu sou inferior a outro ser humano?”, questionou Fábio Coutinho.

Ainda segundo a delegada, os irmãos trabalham como motoristas de aplicativo.

Injúria racial e racismo

De acordo com o artigo 140, parágrafo 3º do Código Penal, injúria racial se refere a ofensa à dignidade ou decoro utilizando palavra depreciativa referente a raça e cor com a intenção de ofender a honra da vítima.

O crime de racismo, previsto na Lei n. 7.716/1989, é aplicado quando a ofensa discriminatória é contra um grupo ou coletividade. Por exemplo, impedir que negros tenham acesso a estabelecimento comercial, privado etc.