Presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, depõe na 42ª DP sobre incêndio no Ninho

O presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, foi ouvido nesta quinta-feira pela Polícia Civil, no inquérito que investiga a morte de dez atletas da base em um incêndio no Centro de Treinamento do clube.

Landim prestou depoimento na 42 DP, que investiga o caso, e segundo informações chegou até lá acompanhado do advogado criminal contratado pelo Flamengo, além do vice-geral e jurídico, Rodrigo Dunshee.

O depoimento acontece mais de 40 dias depois da tragédia. A polícia espera concluir o inquérito em até 60 dias, previstos para se completarem no dia 8 de abril.

Até lá, novos personagens ainda serão ouvidos, como o ex-presidente Eduardo Bandeira de Mello, que também contratou um advogado criminal para auxiliá-lo. Outros dirigentes da antiga gestão, como Alexandre Wrobel, vice de patrimônio e responsável por obras do CT, ainda não depuseram.

A Polícia Civil já colheu dezenas de depoimentos sobre o alojamento da base que pegou fogo. Começou pelas testemunhas diretas que tentaram salvar alguns dos jovens, e conseguiram, como um segurança e funcionários da limpeza.

Também ouviu dirigentes da base, representantes da empresa que fabrica os contênieres, além de funcionários do alto escalão do Flamengo, como o diretor executivo Marcelo Helmann, o gerente de hotelaria Luiz Drumond, e o engenheiro Marcelo Sá.

Nos últimos dias Edson Colman, dono da empresa responsável pela refrigeração dos alojamentos, também depôs e revelou que realizou reparos em um dos aparelhos de ar-condicionado no dia 6 de fevereiro, dois dias antes da tragédia.

Segundo a perícia, o incêndio começou no ar-condicionado do quarto seis, onde todos os meninos que dormiam conseguiram escapar. Depois, um curto-circuito no quarto de número 4 teria gerado um segundo foco de incêndio. Ainda de acordo com a perícia, o ar-condicionado que teria pegado fogo dois dias antes seria o do quarto 3 – ou seja, um aparelho diferente dos que causaram a tragédia.

Sem alojamento, jovens da base deixarão o Rio

 

O Flamengo corre atrás do alvará definitivo da Prefeitura para conseguir a liberação total do Ninho do Urubu ainda esta semana, no intuito de acomodar os treinos da base e alojar os jovens da categoria. A segunda parte, no momento, não será possível cumprir. O clube confirmou à reportagem que os jovens que não vivem no Rio irão embora com as famílias, e retornarão quando a Justiça permitr as atividades e a hospedagem no Centro de Treinamento.

A diretoria deu entrada nesta terça-feira no pedido de alvará, que será enviado para a Procuradoria Geral do Município se manifestar. Com o “ok”, o documento é enviado para emissão da Secretaria da Fazenda. A expectativa é que a liberação saia até sexta-feira. Mesmo assim, ainda há uma ação do Ministério Público junto à Vara da Infância, Juventude e do Idoso, que veta o alojamento no CT.

Com isso, mais de trinta garotos de outras cidades terão que interromper os treinos.