O técnico Rogério Ceni não escondeu sua frustração. Olhar severo, palavras duras. Após o empate em 1 a 1 contra o Mirassol na Arena Fonte Nova, o comandante tricolor desabafou sobre a atuação inicial de sua equipe. O Bahia, que vinha embalado por uma vitória expressiva na Libertadores contra o Nacional do Uruguai, decepcionou seus torcedores em Salvador. “Não podemos nos dar ao luxo de entrar tão fora de foco”, disparou o treinador.
Início desastroso compromete resultado
A primeira meia hora de jogo foi catastrófica para o Esquadrão. Gabriel, ironicamente um cria da base do próprio Bahia, aproveitou cruzamento de Lucas Ramon aos 16 minutos para abrir o placar para o Mirassol. A equipe baiana parecia irreconhecível, longe daquela que havia brilhado no Uruguai dias antes. “Início do jogo é determinante para o resultado final. Primeiros 20, 30 minutos são os piores que jogamos esse ano”, afirmou Ceni na entrevista coletiva pós-jogo.
O treinador não economizou nas críticas e apontou falta de seriedade da equipe. “Dar caneta, isso não é… Precisamos ser práticos e objetivos”, referindo-se a uma tentativa de drible de Luciano Juba no início da partida. Após o gol sofrido, o Bahia só conseguiu empatar aos 38 minutos, quando Erick Pulga aproveitou cruzamento de Juba para cabecear no segundo pau.
Números favoráveis não amenizam críticas
Mesmo com estatísticas superiores — o Bahia finalizou três vezes mais que o adversário e teve o triplo de expectativa de gols — Ceni manteve o tom crítico. “Não foi por isso que deixamos de ganhar, foi por falta de foco. É um bom time quando faz seu jogo padrão de convicção e seriedade. Hoje pecamos muito no começo”, destacou.
O Bahia teve dois momentos para virar o jogo: David Duarte chegou a balançar as redes no segundo tempo, mas o lance foi anulado por impedimento após revisão do VAR. Já o Mirassol também teve um gol de Iury Castilho invalidado pela arbitragem pelo mesmo motivo.
Sequência preocupante e desafios físicos
Com este resultado, o Bahia chega ao terceiro empate consecutivo no Brasileirão (anteriormente contra Corinthians e Santos), algo que não acontecia desde 2012. O time ocupa a 14ª posição na tabela, com apenas 3 pontos somados.
Ceni também mencionou a dificuldade física enfrentada pelo elenco com a maratona de jogos. “Infelizmente as lesões acontecem quando se joga de três em três dias desde janeiro. Entrar no avião, vai jogar, descansa um dia… Puxado”, explicou o treinador.
Para complicar a situação, o zagueiro Kanu se lesionou logo aos 10 minutos de partida e teve que deixar o campo de maca, com suspeita de problema muscular na panturrilha. “Com certeza impacta que é um jogador a menos que tem para girar, desgasta outro”, lamentou Ceni.
O Bahia terá nova oportunidade para buscar sua primeira vitória no Brasileirão na próxima quinta-feira (17), quando enfrenta o Cruzeiro, no Mineirão, pela quarta rodada da competição1. Até lá, Rogério Ceni terá a missão de corrigir os problemas de postura que tanto criticou após o empate com o Mirassol.