A volta oficial de Tite ao estádio do Corinthians em Itaquera será nesta terça-feira, quando ele vai dirigir a seleção brasileira no duelo com o Paraguai pelas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo, mas ele já esteve recentemente na arena, para acompanhar um clássico entre o time da casa e o Santos. Ao comemorar o gol de Jô, que definiu o triunfo corintiano por 1 a 0, recebeu críticas. Por isso, aproveitou a entrevista coletiva desta segunda-feira para revelar que se desculpou com os santistas Modesto Roma Júnior, presidente do clube, e Dorival Júnior, treinador do time.
"Respeito todas opiniões. Sou um ser humano que tem emoções e gratidão. Tenho gratidão ao Corinthians e com as pessoas daqui. Se fosse o Santos, faria a mesma coisa. Liguei ao presidente do Santos para me desculpar, também liguei para o Dorival", afirmou.
Além disso, embora tenha declarado que preferia não avaliar o comportamento de quem o criticou, Tite pediu compreensão ao seu comportamento na sua visita ao Itaquerão no clássico entre Corinthians e Santos. "Foi um ato humano de quem tem reconhecimento às pessoas. Se estivesse do outro lado, também teria feito", comentou.
Agora, então, Tite volta ao Itaquerão para tentar ampliar os ótimos números registrados na sua última passagem pelo Corinthians no estádio, com 41 vitórias, nove empates e três derrotas em 53 jogos, um aproveitamento que foi decisivo para a conquista do título do Campeonato Brasileiro de 2015.
Em sua entrevista coletiva, Tite tergiversou ao ser questionado sobre a importância da sua volta ao estádio do Corinthians, preferindo comentar sobre o peso de dirigir a seleção dona de cinco títulos mundiais – ele citou todos os técnicos campeões, Vicente Feola (1958), Aymoré Moreira (1962), Zagallo (1970), Carlos Alberto Parreira (1994) e Luiz Felipe Scolari (2002). Além disso, lembrou que o futebol brasileiro possui técnicos campeões mundiais por clubes, casos de Paulo Autuori (2005, pelo São Paulo) e Abel Braga (2006, pelo Internacional).
Ele, porém, também é um campeão mundial, em 2012, pelo Corinthians. Até por isso, a sua ligação com o clube do Parque São Jorge é inegável. E ele exibiu inconformismo ao comentar insinuações de que favoreceria jogadores que trabalharam anteriormente com ele nas suas convocações à frente da seleção.
"O que posso responder? Só mostrar meu trabalho, o acompanhamento de 56 jogadores listados. A seleção está aberta a todos, com transparência. É o caso do Mariano, o acompanhamos e agora foi convocado O momento do Fagner é bom, o que posso fazer?", afirmou Tite, citando o corintiano que substituirá o suspenso Daniel Alves no duelo desta terça com o Paraguai, para depois fazer um desabafo mais direto.
"Quando falam que convocou por ser queridinho, isso incomoda. Não é legal, isso é privilégio. Não faço isso, tenho muita responsabilidade", concluiu o treinador, que até agora apostou em jogadores que estão longe de grandes centros do futebol, como Renato Augusto e Paulinho, que brilharam com ele no Corinthians. E até agora a sua aposta vem dando certo.