Dois trabalhadores foram resgatados em situação análoga à escravidão, na cidade de Feira de Santana (BA). As vítimas, atuavam como gesseiros, estava em alojamento precário, com alimentação insuficiente, péssimas condições de higiene e conforto e não recebiam pagamentos pelos serviços.
Conforme o Ministério do Trabalho, as vítimas dormiam nos fundos de uma oficina de tratores, o galpão não possuía energia elétrica, nem instalações sanitárias, e era onde o suposto empregador armazenava materiais de construção e entulho. Sem instalações sanitárias adequadas, os trabalhadores faziam as necessidades no solo e enterravam. A água para beber, preparar alimentos e tomar banho era armazenada em um tonel que havia sido usado para guardar gesso.
A comida era armazenada em caixas de papelão e preparada em fogueiras improvisadas, feitas com a madeira do depósito.
A dupla informou que foram contratados para fazer serviços de gesso em várias obras. Os dois detalharam que, apesar de terem tido as carteiras de trabalho solicitadas para a formalização dos contratos, eles não recebiam salários com regularidade.
Segundo uma das vítimas,o suposto empregador pagava R$ 50 por dia, “quando tinha serviço”. Quando não tinha obra, os dois ficavam alojados no galpão, onde os materiais de trabalho eram armazenados.
A dupla está sendo atendida pela assistência social de Feira de Santana, e vão receber parcelas do seguro-desemprego especial para vítimas do trabalho escravo. Caso o empregador não cumpra as obrigações trabalhistas, o Ministério Público do Trabalho (MPT) vai adotar medidas judiciais para garantir o pagamento das verbas trabalhistas e rescisórias, além de valores de indenização.
A ação foi realizada na última quinta-feira (18), mas ficou em sigilo até a última segunda (22). O resgate foi realizado por auditores-fiscais do Ministério do Trabalho, que fizeram a inspeção do local acompanhados de duas procuradoras do trabalho e um perito do MPT.