A viúva de Pelé, Márcia Aoki, decidiu abrir mão de ser a inventariante do espólio deixado pelo ex-jogador. Segundo a lei, o cônjuge sobrevivente tem o direito de exercer a função, mas Márcia declinou em favor do goleiro Edinho, um dos seis filhos de Pelé.
Edinho pediu oficialmente para assumir a função assim que o inventário foi aberto, alegando que estava na posse e administração dos bens de Pelé. No entanto, a juíza Suzana Pereira da Silva, da 2ª Vara de Família e Sucessões de Santos, negou o pedido e determinou que a viúva fosse ouvida sobre o interesse em assumir a função.
Após ser ouvida, Márcia decidiu abrir mão de seu direito em nome da conciliação da família e da memória do Rei do Futebol. Segundo o advogado que a representa, “a Márcia acha que o bem maior a ser preservado é a boa convivência da família e a memória de Pelé. Isso está acima de tudo para ela”.
Os irmãos de Edinho não se opuseram ao pedido dele de ser o inventariante, e a justiça deve então sacramentar seu nome na função. O ex-futebolista deixou um testamento destinando 30% de todos os seus bens à companheira, especificando a casa dele no Guarujá como bem que deve ficar com ela. O patrimônio do craque deve ser dividido entre seis filhos e dois netos de sua filha Sandra, que morreu de câncer em 2006.
Para agilizar o reconhecimento e andamento do inventário, os herdeiros de Pelé já foram orientados a se submeter a um exame de DNA, já que o craque admitiu em seu testamento que pode ter uma outra filha, fruto de um relacionamento com Maria do Socorro Azevedo, que movia uma ação na Justiça para que ele reconhecesse a paternidade.
Com a decisão de Márcia em abrir mão de ser inventariante, o goleiro Edinho deve assumir a função e ajudar a família a gerir a herança deixada por Pelé.