Willian Farias fala sobre o Vitória e avisa: “não gosto de perder nem em par ou ímpar”

“Deixa eu fazer uma cara séria para sair na foto. Volante dando muita risada não dá certo (risos)”. Foi em clima de bom humor que Willian Farias, 26 anos, recebeu a equipe do CORREIO e falou sobre o Vitória e sua carreira.

Fora da foto, Willian Farias faz a linha tranquilão. De jeito simples, o paranaense de Curitiba é adepto de levar a vida com leveza, mas fecha a cara quando ouve o apito do árbitro dando início a uma partida. “Só fico nervoso no jogo, porque quero ganhar até em par ou ímpar. Eu não gosto de perder. Outro dia perdi um rachão para os moleques lá da base, fiquei puto”, conta.

Apesar de assumidamente competitivo, Willian Farias não tem vaidade. Para ele, quanto menos chamar atenção como destaque do jogo, melhor. “Fui zagueiro bem no início, mas a altura não ajudava. Aí fui jogar de volante e me identifiquei ali. Gosto de marcar, jogar para o time, carregar o piano nas costas, sabe? Assim como Amaral faz. Eu me sinto feliz quando a equipe ganha e os atacantes são os melhores, os destaques. É sinal que não sofremos tanto. O problema é quando volante, zagueiro e goleiro são os melhores”, confessa o volante, que tem 1,76m.

A dedicação e a disciplina tática neste início de temporada já renderam até elogios públicos do presidente Raimundo Viana, que realçou a qualidade do substituto de Pedro Ken no meio rubro-negro.

Emprestado ao Vitória pelo Cruzeiro até o fim do ano, Farias tem uma missão na Toca: retribuir. Quando foi procurado pelo diretor de futebol Anderson Barros, ele havia passado por situação delicada. “Me machuquei no Cruzeiro e fiquei muito tempo sem jogar, fiz cirurgia. Tentei negociar com outro clube, que não acreditou que eu estava bem. Foi quando surgiu o Vitória. Eles confiaram em mim. Tem menos visibilidade que o Cruzeiro? Pode ser que sim, mas é um clube que eu posso ter sequência maior, posso jogar, ser valorizado. É onde posso e quero ajudar”, avisa.

A missão pelo Leão não deve ser tão difícil. Desde que chegou, ele já se sente em casa. “Sofri com o calor, mas estou adaptado. Reencontrei Marinho, que jogou comigo no Cruzeiro, e Tiago Real, que jogou no Coritiba comigo por uns 10 anos. O ambiente no Vitória também é muito tranquilo, muito alegre. Isso é importante, principalmente para mim que ainda estou sozinho. Minha esposa está grávida e só vem em maio, um mês após a minha filha nascer. Quando eles vierem, vou chamar o Tiago (Real) para fazer um churrasco aqui”, brinca o pai de Enzo,  1 ano e 9 meses.