O ator Marcos Oliveira, conhecido por interpretar o Beiçola em A Grande Família, falou ao site Notícias da Tv sobre as dificuldades vividas durante o período de pandemia do novo coronavírus (Covid-19) e a ansiedade para voltar logo a trabalhar.
“Só saio para ir ao mercado, fico em casa brincando de casinha, que é uma coisa insuportável. Tento fazer alguma coisa, mas a criatividade fica meio abalada, não consigo fazer nada, escrever nada. É uma [sensação de] insegurança geral, não sei quando vai acabar. Não sei se é bom morrer ou continuar nessa pandemia, entendeu?”, desabafou.
Oliveira, que nos últimos anos foi às redes sociais pedir ajuda na tentativa de conseguir algum trabalho na televisão, contou que tem se sustentado através de ajuda de amigos enquanto as gravações de suas produções estão paradas.
“Não acredito nessa coisa [de auxílio emergencial], até sair alguma coisa eu já morri de fome. Graças a Deus tenho amigos que me ajudam. Ajudam a pagar uma conta, pagar outra. Minha proprietária já baixou o aluguel. Mas é um absurdo, a gente que mora em lugar de classe média vê que os condomínios são uma loucura, é um absurdo o que se paga”, disse ele, que reside atualmente no Rio de Janeiro.
O ator afirmou, ainda, que não acredita em uma ajuda do governo à classe artística: “A gente é lixo para esse governo que tá aí. O objetivo do governo é acabar com pobre, preto, homossexual e artista. Tá claro, tá na própria estrutura de ministérios horrorosos […] Não sou de direita, não sou de esquerda, muito menos do centro. Eu não acredito nessa política, nessa democracia. A gente vai levando porque é a única coisa que tem, não tem outra opção”.
Neste ano, Marcos apareceu na televisão na série O Dono do Lar, comédia do Multishow em que ele faz parte do elenco fixo, em Homens?, do Comedy Central e Prime Vídeo e também no filme Ricos de Amor, da Netflix. Fora a série O Dono do Lar, que ainda não tem retorno previsto, o ator afirma que não tem outros trabalhos em vista tão cedo e que não sabe quando retornará para alguma produção da Globo. Para Marcos, ele não faz mais o estilo da emissora.
“Queria fazer cinema, outras coisas de audiovisual. Televisão tá meio barra-pesada, a Globo está entrando numa fase modernosa. A gente que tem cara de Brasil não entra mais. Está descaracterizada, uma coisa meio mercado internacional. A brasilidade dançou. E eu sou muito brasileiro, a minha relação de expressão é brasileira, não tem essa coisa clean“, encerra.