Um ano após receber a Operação Ronda Maria da Penha, a cidade de Paulo Afonso foi inaugurada, na manhã desta sexta-feira (26), a nova sede da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam).
Investimento do Governo do Estado de cerca de R$ 2,4 milhões, a unidade, localizada na Travessa Ceará, no bairro Caminho dos Lagos, é a segunda de proteção à mulher entregue, só este mês, no interior do estado.
"Esta unidade atende a um modelo de construção que estamos adotando em todo o estado, oferecendo muito mais conforto aos policiais, além de prestar o acolhimento necessário às vítimas de crimes. Nas Deams, não poderia ser diferente", afirmou o secretário Maurício Barbosa, lembrando que antes, a delegacia funciona em um imóvel adaptado.
Já o delegado-geral, Bernardino Brito, ressaltou o estímulo que a entrega irá gerar nos profissionais que atuam na Deam. "Acredito que a sede nova motivará ainda mais os nossos profissionais e potencializar os resultados", opinou.
Além das dependências comuns a qualquer unidade policial, a estrutura da nova Deam possui ainda biblioteca, auditório, salas para acolhimento das vítimas e para o atendimento do assistente social. Além do novo imóvel, a unidade também recebeu duas viaturas este ano.
Mas, para a titular da Deam, delegada Juliana Fontes Barbosa, a sala de reconhecimento é um dos espaços que mais merecem destaque. "Permite que a vítima reconheça o agressor, sem ser vista por ele. Isso dá uma segurança muito maior para vítima, estimulando a denúncia", ressaltou.
Segundo ela, só em 2016 foram registradas 1.400 ocorrências contra a mulher em Paulo Afonso e este ano o número já chega a 500. A maior parte referente a ameaças, "crimes que demandam uma grande atenção da polícia por conta da possibilidade de evoluir para uma agressão física ou até para o feminicídio".
Comandante da Operação Ronda Maria da Penha (ORMP) da cidade, a tenente Michele Santos Almeida acredita que os investimentos nas ações de proteção à mulher estão estimulando o aumento das denúncias. "Iniciamos o serviço aqui atendendo a 65 medidas protetivas e hoje já estamos com 150. Isso é fruto da confiança das mulheres no trabalho que vem sendo realizado", opinou. Este ano, a ORMP já efetuou a prisão de quatro homens, acusados de desrespeitar o limite mínimo de distância determinado pela Justiça.
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