“Ele estragou minha vida”. A frase vem de um estudante de engenharia de 23 anos e sintetiza seu sentimento em relação ao padre Ricardo Campos Parreiras, preso por suspeita de estupro na última quarta-feira (14/7) em Goiás.
O crime contra o jovem teria ocorrido em Nova Crixás, região norte do estado, em fevereiro de 2017. O motivo para a demora da denúncia, feita no final do ano passado, de acordo com a explicação do estudante ao Metrópoles, é atribuído, em parte, ao medo.
“Esse cara tem uma arma de fogo, meu pensamento era só esse”, disse o jovem sobre o momento em que teria sido assediado pelo religioso. As cenas de terror jamais se apagaram da memória do jovem.
A vítima vive no Rio de Janeiro e denunciou ao Ministério Público ter sido estuprada pelo religioso, quando participava de uma viagem missionária com o avô, no interior de Goiás.
O jovem decidiu fazer a denúncia em outubro de 2020, depois de um período de depressão e após tratamento psicológico. Além disso, relata que tinha medo da influência do padre e de sofrer violência, já que, dias antes do estupro, o religioso teria se gabado de ter uma arma de fogo.
“Ele estragou minha vida durante três anos e eu imagino quantas outras vidas não estão sendo estragadas também”, diz o estudante, que, na época do crime, tinha 18 anos.
Estupro
A vítima conta que ficou hospedada cinco dias na casa do padre, dormindo em um quarto mais afastado. O religioso teria oferecido presentes e dinheiro ao jovem nos primeiros dias da estadia, o que deixou a vítima desconfiada.
O jovem descreve que foi chamado pelo padre até a sala da residência, depois das 23 horas, em um dos dias da viagem. O religioso teria insistido que o estudante tomasse um suco de uva e teria começado a falar de assuntos com conotação sexual.