A Polícia Civil do Mato Grosso do Sul está investigando denúncias de assédio sexual que foram cometidos por Marquinhos Trad, ex-prefeito de Campo Grande e atual candidato do PSD ao governo estadual. Um inquérito foi aberto depois da apuração preliminar fundamentada no depoimento de quatro mulheres que procuraram a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) — três delas afirmam que foram assediadas. O ex-prefeito nega todas as acusações e diz ser vítima de complô por estar liderando as pesquisas de intenção de voto.
Três dos relatos têm semelhanças. As mulheres explicam que estavam passando por dificuldade financeira e foram para o gabinete da prefeitura com a promessa de um trabalho no órgão municipal. Elas contam que eram cortejadas pelo então prefeito, que realizava truques de mágica com baralho e, logo após, desejava ter relações sexuais. Das três mulheres que se dizem vítimas de Trad, duas afirmam ter mantido, por um certo período, relações sexo casual no gabinete do prefeito.
“Quanto mais eu consolido minha liderança nas pesquisas de intenção de voto ao governo estadual, mais ataques surgem. Tenho gravação de pessoas que foram procuradas para receber valores para contar histórias a meu respeito. Esses depoimentos [dados à Polícia Civil] têm o objetivo de abalar minha candidatura. Estou disputando contra o candidato do atual governo. Esses dias eu gravei vídeo de matança de índios no qual cobrei apuração porque a Polícia Militar invadiu a aldeia sem o mandado do juiz. E eu recebi do secretário de Segurança [uma mensagem que diz] o seguinte: ‘Ou você fica do lado da gente ou as coisas vão piorar’. Ele prenunciou que viria isso aí”, manifestou Trad.