A decisão de estender as férias dos jogadores até o dia 30 de abril contrariou o desejo da diretoria do Flamengo. Ao menos de parte dela, porque houve dirigentes que consideram que a “forçada de barra” seria um tiro no pé que só serviria para desgastar a imagem do clube, embora outros acreditem que o futebol terá um papel importante no ressurgimento da sociedade pós-coronavírus.
O golpe final foi a conversa na sexta-feira com o governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel, que apresentou um panorama bem diferente do imaginado pelo Flamengo. Ele, que está infectado com o Covid-19, disse que, caso o cenário melhore, é possível que libere os treinos no fim de maio.
Quando soube da vontade de retomada dos treinos na próxima terça-feira, dia 21, o técnico Jorge Jesus nem cogitou o retorno. Na verdade, nem se quisesse. A empresa que faz os voos diretos entre Portugal e Brasil está com as atividades suspensas e, de acordo com seu site, até pelo menos a segunda quinzena de maio a situação não deve mudar.
A ideia inicial é que dois voos por semana sejam abertos para Paris e Londres, a partir de 17 de maio. Para América do Sul, não há nem previsão. Além de Jorge Jesus, passam férias em Portugal os integrantes de sua comissão técnica. Arrascaeta também está fora do Brasil.
O Flamengo construiu sua iniciativa de retorno aos treinos baseado em um protocolo de segurança para os atletas e funcionários no Ninho do Urubu, inspirado no que tem sido feito na Alemanha. O Bayern de Munique realiza as atividades em pequenos grupos.
A Federação de Futebol do Rio de Janeiro (Ferj) tem o desejo de retomar o quanto antes as atividades para que possa dar seguimento ao Campeonato Carioca, e tem o Flamengo como aliado. Por enquanto, a indefinição segue.